Todas as pessoas têm direito à educação personalizada, de acordo com relatório do MGIEP da UNESCO
Novo estudo global apela para que os formuladores de políticas reavaliem os sistemas de educação
PARIS, 23 de março de 2022 /PRNewswire/ -- Governos, formuladores de políticas de educação e tomadores de decisões seniores precisam reconhecer que a educação personalizada é um direito legítimo e um direito humano de cada aluno, de acordo com o Instituto Mahatma Gandhi de Educação para a Paz e o Desenvolvimento Sustentável da UNESCO (MGIEP), em seu novo relatório "Reimagining Education" (Reimaginando a Educação), divulgado hoje.
O novo relatório global da International Science and Evidence Based Education Assessment (ISEE) aponta para uma educação que empregue uma abordagem cognitivo-emocional ao ensino e para que, no futuro, a elaboração de políticas educacionais seja orientada pela ciência e por evidências.
A avaliação, que começou em 2019 em Montreal e já está em andamento há dois anos, reuniu mais de 300 especialistas de 45 países informados por um processo de consulta global com cientistas e especialistas de diversas disciplinas como neurociências, tecnologia, educação, filosofia, dados e evidências e sustentabilidade.
Reimaginando a educação após a COVID-19
O relatório, divulgado na sede da UNESCO em Paris, na França, chega no momento em que o mundo enfrenta as consequências da pandemia da COVID-19, que colocou em risco as chances de os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODSs) serem alcançados. Décadas de progresso na educação também são constantemente ameaçadas por conflitos. O relatório constatou que mais de um terço (37%) das crianças refugiadas em idade de frequentar o ensino fundamental estão fora da escola, e apenas 24% têm acesso ao ensino médio. O acesso ao ensino superior corresponde a lamentáveis 3% entre as populações de refugiados.
A avaliação contribui para reimaginar o futuro da educação a fim de que sejam desenvolvidos sistemas educacionais mais resilientes e sustentáveis que possam resistir à crise atual.
Sir Kevan Collins, presidente do Youth Endowment Fund do Reino Unido e membro do conselho consultivo do Relatório de Avaliação ISEE, comentou: "A Avaliação ISEE é uma nova contribuição para nosso trabalho sobre a forma como podemos reimaginar a educação. Adotamos uma abordagem multidisciplinar para reunir nossos melhores conhecimentos, garantindo que trabalhemos em diversas oportunidades para as crianças. Nesse trabalho, aprendemos que o futuro pertence às pessoas que continuam a aprender e que um modelo centrado no cérebro como um todo é fundamental se você quiser apoiar não só a educação, mas uma sociedade próspera. Um futuro próspero e sustentável para nosso planeta depende muito da qualidade da educação oferecida a todas nossas crianças, e devemos continuar o debate que a avaliação iniciou."
Educação personalizada é um direito humano
O relatório apela para que os governos percebam que a educação personalizada para o desenvolvimento contínuo é um direito humano de todo aluno e requer um aumento nos investimentos em educação, que deve ser orientada para uma abordagem cognitivo-emocional centrada no cérebro como um todo em relação à educação.
Os dois copresidentes do Relatório de Avaliação ISEE, Anantha Duraiappah, diretor do MGIEP da UNESCO, e Nienke van Atteveldt, professora da Vrije Universiteit Amsterdam, em uma declaração conjunta, afirmaram: "Mais de 80% dos professores, pais e alunos querem exatamente o que a educação personalizada - o Santo Graal da educação - pode oferecer. Isso agora é possível com o apoio da pedagogia digital e da inteligência artificial ética. Podemos garantir que cada aluno receba a educação de qualidade à qual tem direito, aprenda em seu próprio ritmo e seja sua própria referência para maximizar seu potencial de ter uma vida próspera. Devemos resolver problemas como o fato de que 40% da população mundial não pode ter acesso à educação em um idioma que entenda e desenvolver um sistema educacional resiliente para o futuro."
Além disso, o relatório defende que as políticas educacionais futuras sejam orientadas pela ciência e por evidências, além de um diálogo multidisciplinar.
Recomendações em relação a políticas
Uma necessidade crucial que o relatório destaca é que os tomadores de decisões apresentem políticas educacionais que se concentrem no potencial de cada aluno e avaliem o progresso do aprendizado individual, em vez de se concentrarem em avaliações baseadas em grau ou mérito e na comparação entre alunos.
Além disso, o relatório defende que se realizem esforços urgentes na reorganização dos financiamentos educacionais para que se reformulem as grades curriculares, pedagogias, pesquisas e avaliações de aprendizagem de forma que se concentrem no aprendizado cognitivo-emocional.
Olhando para o futuro, o relatório apela para que os formuladores de políticas invistam em programas de pesquisa multidisciplinares, em larga escala, abertos e inclusivos em educação.
Najat Vallaud-Belkacem, ex-ministra da educação da França, disse: "Os resultados apresentados na avaliação, sem dúvida, pavimentarão o caminho para políticas e tomada de decisões para os sistemas de educação do futuro. Agora, mais do que nunca, nosso mundo precisa de perspectivas de um futuro mais sustentável, resiliente, justo e igualitário. Os resultados excepcionais da Avaliação ISEE atendem a essa necessidade e oferecem diretrizes robustas para as políticas educacionais do futuro."
Para participar do lançamento virtual da Avaliação ISEE na sede da UNESCO em Paris, das 10h às 12h (CET), na terça-feira, 22 de março, acesse https://mgiep.unesco.org/iseea-report-launch. Esse link também inclui detalhes sobre como participar de uma mesa redonda virtual na Dubai Expo, das 10h às 12h (GST), na sexta-feira, 25 de março, na qual um painel de especialistas discutirá os resultados da avaliação.
Para baixar a Avaliação ISEE na íntegra, acesse https://mgiep.unesco.org/iseeaweb
FONTE UNESCO MGIEP
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