SALVADOR, Brasil, 4 de julho de 2022 /PRNewswire/ -- A música "Comida", dos compositores Arnaldo Antunes, Sérgio Britto e Marcelo Fromer, lançada em 1987, nos traz essa instigante frase: "Você tem fome de quê?", e poderá ser citada metaforicamente à fome de educação, moradia, justiça, saúde, segurança, mas, atualmente, a fome do alimento se sobrepõe às outras tantas necessidades para 33,1 milhões de brasileiros e brasileiras que não têm o que comer. Esses são dados extraídos do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, realizado em junho de 2022.
Em 2019, foi necessário combater a pandemia da Covid-19 e, em 2022, urge combater a fome ou comprometeremos toda uma geração. Na falta de acesso de forma regular e constante a alimentos ocorre a insegurança alimentar, que pode ser considerada leve no caso de baixa qualidade do alimento ou do acesso a ele. Será considerada moderada se não houver quantidade suficiente, mas, será grave se houver a privação ou fome que levar à desnutrição e, não havendo tratamento adequado, colocará a vida em risco.
As consequências da desnutrição, conforme profissionais nutricionistas, podem acarretar na redução do crescimento físico e menor desempenho intelectual em crianças, dificultando o aprendizado, o raciocínio e a memória. Além de outras tantas mazelas, a desnutrição pode levar à baixa imunidade, facilitando o aparecimento de doenças. Então já podemos vislumbrar os efeitos reverberatórios ao longo do tempo nos programas públicos de educação e saúde.
Conforme cita a Agência Brasil, nas entrevistas realizadas nos 12.745 domicílios visitados, em áreas urbanas e rurais, os dados do segundo Inquérito revelaram que 125,2 milhões de pessoas (números absolutos) passaram por algum nível de insegurança alimentar. Os dados têm maior incidência no Norte e Nordeste, sendo as áreas rurais mais afetadas, onde a fome se faz mais presente nos lares em que os responsáveis estão desempregados (36,1%), têm empregos informais (21,1%) ou trabalham na agricultura familiar (22,4%).
Louvamos o sucesso das culturas como a soja, o trigo e outras que rendem dividendos para a balança comercial, mas, é na agricultura familiar que encontramos a capacidade de prover o alimento da população. Pelo poder que tem de gerar renda para as famílias, empregar o jovem e mantê-lo nas áreas rurais, precisamos de políticas públicas mais vigorosas de apoio a essa produção com a orientação da tecnologia, facilitação do crédito e a preparação de mão de obra através de escolas técnicas rurais.
Na Bahia, conforme o Cadastro Único do Governo Federal (CadÚnico), em fevereiro desse ano, houve registros de mais de 600 mil pessoas em situação de pobreza e 5,7 milhões em situação de extrema pobreza. Cinco municípios baianos tiveram entre 89 e 90% da população inscrita. Como deputado estadual, percorro frequentemente o interior baiano e lanço um olhar atento a essa questão. Dentro das possibilidades, tenho contribuído com emendas parlamentares na ajuda de pequenos produtores e associações rurais.
Relembrando o dito do saudoso Betinho, "quem tem fome, tem pressa", entendemos que o auxílio social deve ser imediato nessa corrida de saciar essa urgente necessidade, porém, restabelecer a capacidade dos brasileiros e brasileiras de colocarem a comida no prato de forma digna, através do seu próprio trabalho, é uma meta desafiadora.
Sobre Paulo Câmara
Paulo Câmara é deputado estadual pela Bahia, suplente da Comissão permanente de Agricultura e Política Rural da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba).
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FONTE Paulo Câmara
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