Modelos de microfinanciamento precisam evoluir para apoiar o desenvolvimento e a expansão saudável de uma ampla gama de serviços financeiros, diz o CGAP
Crise em Andhra Pradesh reforça a importância de controles eficazes
WASHINGTON, 9 de dezembro de 2010 /PRNewswire/ -- Em meio a uma crise microfinanceira no estado de Andhra Pradesh, na Índia, o CEO do CGAP, Tilman Ehrbeck, afirmou a necessidade de evolução nos modelos de fornecimento de microfinanciamento em suporte ao desenvolvimento e crescimento saudável de uma ampla gama de produtos e serviços de que as pessoas pobres necessitam. O órgão mundial de microfinanciamento divulgou hoje um relatório que analisa a situação em Andhra Pradesh e discute formas de promover avanços no acesso das pessoas pobres a recursos financeiros em âmbito mundial.
O governo do estado de Andhra Pradesh e outras importantes partes envolvidas que são instituições de microfinanciamento têm trabalhado para solucionar a crise. Ehrbeck declarou que é importante que o setor de microfinanciamento aprenda as lições corretas com esta situação para que se continue promovendo o progresso quanto à inclusão financeira em âmbito mundial e para que isso seja feito na direção apropriada.
O relatório do CGAP, chamado, Andhra Pradesh 2010: Global Implications of the Crisis in Indian Microfinance (Andhra Pradesh 2010: Implicações mundiais da crise do microfinanciamento na Índia), indica que há uma penetração muito maior do microfinanciamento em Andhra Pradesh do que em vários outros estados da Índia e que as dívidas domésticas são provenientes de diversas fontes, não só dos microfinanciamentos. "As unidades domiciliares em Andhra Pradesh chegam a ter quatro empréstimos de diferentes mutuantes e dívidas pendentes", disse Greg Chen, representante do CGAP para a Ásia do Sul e um dos autores do relatório. "Devemos notar, porém, que essa é uma situação de exceção: 2,7 bilhões de pessoas em todo o mundo ainda não têm acesso a qualquer tipo de serviços financeiros formais – serviços que sejam mais baratos e mais confiáveis do que os agiotas e outras opções informais. É verdade que precisamos tirar lições desta crise, mas não podemos deixar que nos distraia quanto à nossa principal prioridade, que é aumentar a inclusão financeira em âmbito mundial."
A situação em Andhra Pradesh destaca as mesmas questões que surgiram em outros mercados de microfinanciamento de grande crescimento nos últimos anos. O CGAP alerta que o crescimento rápido pode prejudicar a disciplina de crédito, trazendo aumentos que não são saudáveis nos valores dos empréstimos, criando atalhos no processo de concessão e um fornecimento excessivo de crédito.
"Nos locais em que há uma grande penetração de microcrédito, como é o caso de Andhra Pradesh, vemos as marcas deixadas pelo crescimento rápido", disse Ehrbeck. "Conforme os mercados forem amadurecendo, o modelo de fornecimento de microfinanciamento precisará evoluir para apoiar uma expansão saudável e o desenvolvimento de uma ampla gama de produtos de que os pobres necessitam."
A análise do CGAP sobre os efeitos do crescimento rápido em Andhra Pradesh baseia-se em uma análise anterior do CGAP sobre o hipercrescimento em vários mercados de microfinanciamento, como Bósnia e Herzegovina, Marrocos, Nicarágua e Paquistão.
De acordo com o CGAP, a situação em Andhra Pradesh também aponta para a necessidade de controles apropriados:
- Em nível institucional, para apoiar um modelo de negócios robusto, inclusive incentivos eficazes e treinamento para o nosso pessoal em todos os níveis, encorajando um atendimento ao cliente e um processo de concessão corretos e sólidos
- Em nível de setor, para incluir partilha de informações/serviços de crédito
- Regulamentação apropriada que encoraja transparência quanto a preços e taxa de juros, em um ambiente em que os clientes pobres estejam bem informados e entendam os produtos, saibam como usá-los com eficácia e possuam meios claros para buscar assistência
"Em todo o mundo e também na Índia, o movimento de microcrédito comprovou que é possível fornecer serviços financeiros para as pessoas pobres que vivem em áreas rurais em grande escala e sem depender de subsídios", disse Ehrbeck. "Se estamos de fato comprometidos com a inclusão financeira, precisamos aprimorá-la. As pessoas pobres não precisam só de crédito. Poupança, microsseguro e transferências de dinheiro são outros serviços que as pessoas querem e que ajudam as famílias pobres a gerenciar suas finanças domésticas com mais eficácia. Precisamos estar comprometidos a fornecer serviços de alta qualidade para as 2,7 bilhões de pessoas que estão excluídas."
Leia o relatório: http://www.cgap.org/gm/document-1.9.48945/FN67.pdf
FONTE CGAP
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