SÃO PAULO, 4 de fevereiro de 2019 /PRNewswire/ -- Em janeiro, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 2,192 bilhões, o que representa uma queda de 22,4% na comparação com o mesmo mês do ano passado. A despeito do saldo positivo, esse foi o pior resultado para meses de janeiro desde 2016, quando registrou saldo positivo de US$ 914 milhões. As exportações no mês passado atingiram U$ 18,579 bilhões, enquanto as importações foram de US$ 16,387 bilhões; no primeiro caso houve alta de 9,1% e, no segundo, crescimento de 15,4%, ambos na comparação com janeiro de 2018. A corrente de comércio, por sua vez, foi de US$ 34,965 bilhões, equivalente a uma alta de 12,0% em relação ao primeiro mês de 2018 pela média diária.
Acumulado em 12 meses, o saldo comercial é 13,5% inferior em relação ao mesmo período anterior (fev/17-jan/18). Na mesma base de comparação, as exportações evoluíram 9,4% e as importações cresceram 19,6%, ambas pela média diária. O saldo comercial vem sendo sistematicamente reduzido em função, principalmente, da melhora da atividade interna, que aumenta a demanda por importações.
Por fator agregado, as exportações evoluíram com maior intensidade em janeiro, na comparação com mesmo mês do ano passado, nos produtos manufaturados (+ 15,2%), semimanufaturados (+ 11,1%) e básicos (+ 10,1%). Entre os principais produtos destacam-se: plataforma para extração de petróleo, partes de motores e turbinas para aviação (+ 172,6%) e aviões (+ 124,8). Nos semimanufaturados, houve alta em ferro fundido (+ 123,7%), catodos de cobre (+ 48,8%) e celulose (+ 42,5%). Já, entre os básicos, cresceram as vendas, principalmente de milho em grãos (+ 56,6%), algodão em bruto (+ 44,5%), minério de cobre (+ 37,5%) e soja em grãos (+ 37,1%); este último, fortemente influenciado pela demanda adicional da China, na esteira da disputa comercial com os EUA.
No que se refere aos principais mercados compradores, houve importante expansão para América Central e Caribe (+ 296,9%), em grande medida influenciada pelo aumento nas exportações de plataformas de petróleo, soja em grãos e óleos combustíveis. Para a China, houve expansão de 20,8% em exportações, em maior parte de petróleo em bruto e soja em grãos; já para os EUA, o crescimento foi de 2,1%, sobretudo por conta de gasolina, semimanufaturados de ferro/aço e partes de motores e turbinas para aviação.
Por outro lado, as vendas para o Mercosul foram reduzidas em 31,7%, seja em função da crise na Argentina, que a fez importar 43,7% menos em janeiro, ou até mesmo em função da reorientação da política externa do novo governo, que deve privilegiar acordos bilaterais, especialmente com EUA e União Europeia, em detrimento de acordos multilaterais.
Por fim, destaca-se que os resultados positivos na balança comercial devem continuar no curto prazo, a despeito de uma esperada valorização da taxa de câmbio. Entre as principais razões para tal fato, a Lafis espera o aumento do investimento estrangeiro, motivado por reformas macroeconômicas com fortes expectativas de serem realizadas ainda no primeiro semestre.
Especialista Responsável:
Marcos Henrique: Economista, mestre em economia política pela PUC-SP e doutorando em história econômica – USP. Possui experiência em macroeconomia, com ênfase em financiamento da seguridade social e políticas públicas. Atuou em diversas consultorias na área macro, setorial e contratos de PPP; atualmente é responsável pelos estudos e indicadores ligados ao setor agropecuário na Lafis, além de professor de economia na FMU.
Mais Informações:
Lafis Consultoria – www.lafis.com.br
Caique Rocha – [email protected]
(11) 3257-2952
FONTE Lafis
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