SÃO PAULO, 30 de novembro de 2018 /PRNewswire/ -- O Produto Interno Bruto (PIB) avançou 0,8% no terceiro trimestre em comparação com o trimestre anterior, na série livre de influências sazonais. Em relação ao mesmo período do ano anterior, a variação positiva foi de 1,3%, tendo acumulado alta de 1,4% nos últimos quatro trimestres e 1,1% em 2018. Embora a taxa trimestral apresente aceleração frente ao primeiro e segundo trimestre deste ano, deve-se destacar a fraca base de comparação do período atual, tendo em vista os impactos deletérios da greve dos caminhoneiros.
Na série ajustada, destaca-se a agropecuária com expansão de 0,7%, puxada, principalmente, pelos resultados positivos de café e algodão com safras acima do esperado e aumento das respectivas produtividades. A despeito da bienalidade negativa do café (alternância entre anos bons e ruins), os resultados para 2018 tendem a superar as expectativas. Outro resultado de destaque positivo veio do grupo serviços, com alta de 0,5% também na série com ajuste e fortemente influenciado pelo segmento de transportes que, sozinho, teve alta de 2,6%.
Já a indústria demostrou alta de 0,4%, sendo que de todos os segmentos, apenas eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos tiveram queda (-1,1%). Isso se deveu, em boa medida, como reflexo do aumento tarifário pelo acionamento das térmicas, o que produziu três bandeiras vermelhas ao longo do período analisado, de acordo com o IBGE. O segmento que mais influenciou a indústria foi o de transportes, com variação de 2,6%.
Destaca-se ainda no trimestre o consumo das famílias, com crescimento de 0,6% e o melhor desempenho desde o mesmo período de 2017. A recuperação, ainda que lenta do emprego conforme destacado em nota pela Lafis sobre a PNAD, tem aumentado a confiança das famílias, a despeito da qualidade inferior do emprego dado aumento da informalidade.
Ou fator relevante, do lado da demanda, é a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). Influenciada pela modificação do regime REPETRO1, houve expansão da taxa de investimento ligada ao setor de óleo e gás. Na série ajustada, a FBCF cresceu 6,6% e na série interanual, a expansão foi de 7,8%. Embora positivo, o resultado é extraordinário e, portanto, não se repetirá nos períodos subsequente, pois a incorporação da nova contabilização já estava pendente há alguns anos.
Por fim, deve-se destacar as correções feitas pelo IBGE nas Contas Nacionais, o que produziu uma retração em 2016 de 3,3%, ante os 3,5% anteriormente anunciados. Com isso, o PIB de 2017 foi corrigido de 1,0% para 1,1%, elevando a base de comparação para o ano em tela. O primeiro trimestre de 2018 também foi revisado, de 0,1% para 0,2%.
Com isso, a Lafis mantém sua projeção de 1,3% para o PIB de 2018, tendo em vista a recuperação da atividade ainda ritmo lento. O consumo das famílias, que vem dando sinais de melhora, é o principal indicador a movimentar a atividade e espera-se que, diante das compras de final de ano, este indicador apresente resultados positivos.
Especialista Responsável: Marcos Henrirque
Economista, mestre em economia política pela PUC-SP e doutorando em história econômica – USP. Possui experiência em macroeconomia, com ênfase em financiamento da seguridade social e políticas públicas. Atuou em diversas consultorias na área macro, setorial e contratos de PPP; atualmente é responsável pelos estudos e indicadores ligados ao setor agropecuário na Lafis, além de professor de economia na FMU.
Mais Informações:
Lafis Consultoria – www.lafis.com.br
Stefany Alencar – [email protected]
(11) 3257-2952
1 Regime de tributação especial para importação de bens de capital para a indústria de óleo e gás, principalmente plataformas de exploração.
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FONTE Lafis
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