SÃO PAULO, 28 de fevereiro de 2019 /PRNewswire/ -- O Produto Interno Bruto cresceu 1,1% em 2018 em relação ao ano anterior. É o segundo ano consecutivo de taxas positivas, mas o caminho para recuperação plena é longo e tem se mostrado cada vez mais árduo frente ao tamanho da queda de 2015-16. Medido pelo número índice, o nível do 4° trimestre de 2018 está cerca de 5,5% abaixo do pico pré-crise (3ºT14); com esse resultado, o PIB brasileiro voltou ao patamar do 2ºT12.
O destaque positivo ficou por conta dos serviços que cresceram 1,3%. Com peso de 75,8% no PIB total e resultado positivo em todas as sete categorias pesquisadas, o setor vem demonstrando reação, especialmente Atividades Imobiliárias (+3,1%) e Comércio (+2,3%). A inflação controlada, com juros historicamente baixos (Selic) e redução marginal na taxa de desemprego, são fatores que contribuem para explicar, em parte, a reação do setor. O crédito para compra de bens, dentro da categoria de recursos livres do Banco Central, teve alta de 13,3%, apontando para uma melhora robusta na demanda por crédito.
A Agropecuária permaneceu estável (0,1%), mas o que não significa um resultado fraco, tendo em vista o crescimento de 13% em 2017 frente a uma safra recorde naquele período. Setorialmente, café, algodão e trigo tiveram as taxas de crescimento mais altas, mas a soja segue sendo o produto com maior contribuição, sobretudo diante da disputa comercial entre EUA e China.
A indústria avançou 0,6% no ano, com destaque para Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, que cresceu 2,3% em relação ao ano passado. A indústria de transformação, por sua vez, teve alta de 1,3% puxada, mais uma vez, por veículos automotores, mas também por papel e celulose, farmacêutica, metalurgia e máquinas e equipamentos. Este último segmento, de acordo com dados da ANFAVEA, teve alta de 23,8% em 2018, com crescimento de 12,7% nas vendas internas. Já a construção segue em queda, dessa vez de 2,5%.
Do lado da demanda, o Consumo das Famílias evoluiu 1,9%, a taxa de investimento (FBCF), cresceu 4,1%, após sequência de 4 anos negativos, e o Consumo do Governo se manteve estável (0,0%). Do lado externo, as Exportações de Bens e Serviços cresceram 4,1%, ao passo que as Importações avançaram 8,5%, um típico movimento que reflete a melhora na atividade interna.
No último trimestre do ano, todavia, é possível observar uma desaceleração do PIB. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior (3T18), houve estabilidade (0,1%), descontados os efeitos sazonais. No 3T18 em relação ao 2T18, o PIB havia crescido 0,5%. Na comparação interanual, ou seja, 4T18/4T17, a expansão foi de 1,1%.
Assim, diante de um período turbulento como observado em 2018, marcado por deterioração das expectativas dos agentes frente à greve dos caminhoneiros (mai/18) e a corrida eleitoral (out/18), o saldo positivo na atividade representa um alento. Entretanto, longe de representar uma recuperação vigorosa, como boa parte do mercado esperava nas projeções do início de 2018 no Boletim Focus (PIB de 2,7%), o caminho tem se mostrado longo e tortuoso. O debate em torno das reformas macroeconômicas, em especial a da previdência, certamente dará o tom da recuperação.
Especialista Responsável:
Marcos Henrique: Economista, mestre em economia política pela PUC-SP e doutorando em história econômica – USP. Possui experiência em macroeconomia, com ênfase em financiamento da seguridade social e políticas públicas. Atuou em diversas consultorias na área macro, setorial e contratos de PPP; atualmente é responsável pelos estudos e indicadores ligados ao setor agropecuário na Lafis, além de professor de economia na FMU.
Mais Informações:
Lafis Consultoria – www.lafis.com.br
Caique Rocha – [email protected]
(11) 3257-2952
FONTE Lafis
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