Lafis- Balança Comercial

Em 12 meses, a trajetória permanece crescente, tendo o saldo aumentado em 35,5% (US$ 67,048 bilhões) em relação ao período encerrado em jan/17. A corrente comercial, por conseguinte, teve expansão de 15,3%, pela média diária, atingindo US$ 372,5 bilhões na mesma comparação. Dessa forma, pode-se dizer que o desempenho da balança comercial brasileira contribuiu para atenuar, em partes, a queda da produção interna, um comportamento comum em períodos de recessão. A taxa de câmbio, contudo, também tem sido um fator relevante, tendo se situado acima dos R$ 3,00/ US$ desde o segundo semestre de 2015, fato relevante dado o histórico de valorização cambial da economia brasileira.

Já ao analisar os grupos que compõem a pauta comercial do país, em janeiro último em relação ao mesmo mês de 2017, observa-se que os produtos básicos ainda possuem o maior espaço (+ 11,2% para US$ 7,5 bilhões), enquanto os manufaturados foram responsáveis pelo resultado de janeiro (+ 23,6% para US$ 6,3 bilhões) e semimanufaturados (+ 1,1% para US$ 2,6 bilhões) com menor impacto. Entre os principais produtos básicos, os efeitos positivos da safra recente continuam exercendo impacto, com destaque para algodão em bruto (+ 166,1%), fumo em folhas  (+ 123,4%), milho em grão (+ 92,4%), soja em grão    (+ 62,9%), carne bovina (+ 20,9%) e petróleo em bruto (+ 18,9%).

Por outro lado, chama atenção no grupo dos produtos manufaturados, o crescimento da produção de aviões (+ 474,4% para US$ 198 milhões), produto de alta complexidade industrial e com potencial considerável para atrair divisas. Além disso, os segmentos de autopeças e automóveis de passageiros têm apresentado resultados expressivos desde o início da crise, com alta de 6,2% e 3,7% na comparação com janeiro anterior. Nesse caso, o câmbio tem sido uma variável chave e os principais parceiros são do Mercosul, em especial a Argentina. Em 2017, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), o Brasil atingiu recorde no embarque de veículos, com crescimento de 46,5% frente a 2016. O melhor ano para essas exportações, até então, havia sido 2005.

Do lado das importações, os combustíveis e lubrificantes seguem na dianteira, com expansão interanual de 96,3%, resultado dos aumentos recentes dos preços do óleo diesel, petróleo em bruto, gás natural, gasolina entre outros. No grupo dos bens de capital, a importação de veículos de carga e diversos itens ligados aos transportes continuam crescendo, como consequência, inclusive, dos resultados positivos na agricultura que, por sua vez, impulsionam o número de embarques. Entre os principais parceiros comerciais do Brasil, China e EUA seguem no primeiro e segundo lugar respectivamente, tanto nas exportações quanto nas importações.

Em última análise, cabe destacar que a trajetória positiva dos saldos comerciais tende a se manter em 2018, ainda que com relativo arrefecimento, tendo em vista uma taxa de crescimento do PIB mais elevada que em 2017, o que pressionará as importações de industrializados. Já a taxa de câmbio, tendo em vista a aproximação do período eleitoral e as turbulências derivadas deste, deverá dar uma contribuição extra para as exportações, atingindo R$ 3,37/US$ na média do ano. Neste sentido, a Lafis projeta um saldo comercial para o atual exercício ao redor de R$ 57 bilhões, R$ 10 bilhões abaixo do ano anterior.

Especialista Responsável: Marcos Henrique

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Lafis Consultoria – www.lafis.com.br
Stefany Alencar – [email protected]  

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FONTE Lafis