Em crises recorrentes de alimentos, um apelo a aumentar a produtividade agrícola
Afirma um novo relatório de avaliação independente por parte de bancos multilaterais de desenvolvimento.
WASHINGTON, 1 de fevereiro de 2011 /PRNewswire/ -- O Grupo de Cooperação em Avaliação (ECG), uma rede de unidades independentes de avaliação de bancos multilaterais de desenvolvimento (MDBs), divulgou hoje uma avaliação resumida da assistência dos MDBs à agricultura e agronegócios. As lições de avaliação assumem um significado especial hoje quando o mundo enfrenta a possibilidade de outra crise de alimentos ao atingirem os preços dos alimentos um recorde em dezembro devido aos altos custos do açúcar, grãos e sementes oleaginosas. A mensagem de caráter geral neste contexto diz respeito à urgência de aumentar a produtividade em toda a cadeia de valores agrícolas.
O aumento da produtividade agrícola sofreu um arrefecimento à medida que os investimentos por parte dos países em desenvolvimento e dos doadores diminuiu acentuadamente nas duas últimas décadas – por si só a assistência bilateral e multilateral ao setor caiu cerca de 40% no início da década de 2000 com relação a seu pico em meados da década de 1980. Esse arrefecimento foi sentido especialmente na África Subsaariana, onde a produtividade tem sido a mais baixa e onde a grande maioria da população depende da agricultura para sobrevivência.
Hoje uma atenção renovada à agricultura por parte dos governos e da comunidade de doadores reflete-se em um aumento notável na assistência oficial ao desenvolvimento, que se elevou a mais de US$ 8 bilhões em 2008 com relação a uma média de US$ 3,5 a US$ 4,5 bilhões por ano de 1988 a 2004. A avaliação concluiu que, embora o aumento dos investimentos seja oportuno, isso por si só não garante resultados na prática. O desafio principal está em assegurar que o aumento dos investimentos seja acompanhado de políticas que resultem em melhorias da produtividade.
Em vista da complexidade da cadeia de produtividade agrícola, um enfoque multifacetado é o elemento principal para aumentar a produtividade. O relatório do ECG, baseado em avaliações de seus membros e em pesquisas relevantes, identifica seis áreas em que os MDBs e os países podem atuar:
- Pesquisa e extensão O investimento na pesquisa pode produzir os mais altos retornos, mas, para ser eficaz, a tecnologia apropriada deve atingir os agricultores e ser adotada para uso nos diferentes sistemas agrícolas. Na Índia o investimento público em pesquisa agrícola foi responsável por quase 30% do crescimento do setor. As instituições internacionais podem desempenhar um papel essencial na facilitação de melhores resultados da pesquisa e extensão.
- Acesso à água: A gestão eficaz de recursos hídricos e a irrigação podem aumentar drasticamente a produtividade. No entanto, até esta data apenas uma pequena percentagem de terras agrícolas é irrigada em grande parte do mundo em desenvolvimento. Na Tanzânia, dos 44 milhões de hectares adequadas para a produção agrícola, apenas uma pequena percentagem de 2% são irrigados para cultivo. Enfocar as práticas ineficazes de gestão em matéria de recursos hídricos e agricultura alimentada pela chuva é vital para o crescimento do setor.
- Acesso ao crédito Resultados inadequados e acesso limitado ao crédito impedem o crescimento, especialmente em economias baseadas na agricultura. As instituições internacionais têm desempenhado um papel significativo na facilitação do acesso ao crédito por meio de programas de financiamento rural; no entanto, a sustentabilidade além da duração do projeto continua a ser um desafio. No futuro será crucial também conseguir iniciativas privadas nesta área.
- Acesso à terra e aos direitos à terra: A posse da terra dá aos agricultores o direito a um importante ativo com dois benefícios críticos: incentiva o investimento de longo prazo na terra e facilita acesso ao crédito proporcionando uma garantia. A posse incerta de terra ou a limitação dos direitos de uso privado restringem enormemente a eficácia das atividades de desenvolvimento rural.
- Rodovias: Os maiores retornos da produtividade agrícola frequentemente são resultados de investimentos em rodovias. Na Etiópia o acesso a rodovias utilizáveis em qualquer condição climática diminuiu a pobreza em cerca de 7% e aumentou o consumo de alimentos em quase 17%. Em todas as regiões continua hoje a haver grandes diferenças na acessibilidade a rodovias. A manutenção inadequada de estradas rurais impede o crescimento da produtividade.
- Políticas, mercados e agronegócios: A maior produtividade depende em grande parte de capacitar estruturas e políticas para agronegócios, agroindústria e melhoria dos mercados. Os fracassos dos mercados têm sido agudos, especialmente na zona rural da África. As instituições internacionais podem desempenhar um papel de destaque na facilitação da melhoria dos mercados e cadeias de suprimento, alavancando ao mesmo tempo o papel do setor privado.
Os fatores institucionais são centrais para a eficiência dessas seis medidas. Entre eles são críticos o compromisso dos clientes, a capacidade dos países e a boa governança. Os resultados positivos também dependem da coordenação nas organizações e entre países e parceiros.
O estudo do ECG Evaluative Lessons for Agriculture and Agribusiness (Lições de Avaliação para a agricultura e agronegócios) pode ser consultado no website: http://www.ecgnet.org
Sobre o ECG: O Grupo de Cooperação em Avaliação (ECG) é constituído por uma rede de avaliadores de instituições financeiras multilaterais (MFIs) estabelecida em 1996 para reforçar o uso da avaliação para uma maior eficiência e responsabilização; compartilhar lições; harmonizar os indicadores do desempenho e metodologias e enfoques de avaliação; melhorar a capacidade profissional de avaliação nas MFIs e a colaboração com os encarregados das unidades de avaliação das organizações bilaterais e multilaterais de desenvolvimento; e facilitar a participação dos países membros mutuários na avaliação e reforçar sua capacidade de avaliação.
Entre os membros do ECG figuram o Departamento de Avaliação de Operações do Banco Africano de Desenvolvimento; Departamento de Avaliação Independente do Banco Asiático de Desenvolvimento; Departamento de Avaliação do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento; Departamento de Avaliação de Operações do Banco Europeu de Investimento; Escritório de Avaliação e Supervisão do Banco Interamericano de Desenvolvimento; Escritório de Avaliação do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola; Escritório de Avaliação Independente do Fundo Monetário Internacional; Departamento de Avaliação de Operações do Grupo Banco Islâmico de Desenvolvimento; e Grupo de Avaliação Independente do Banco Mundial.
Grupo de Avaliação do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas; Rede de Avaliação da Comissão de Assistência ao Desenvolvimento da Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento e observadores. O Escritório de Avaliação Independente do Banco Mar Negro de Comércio e Desenvolvimento; e o Departamento de Avaliação Ex-Post do Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa são membros aspirantes.
Os membros do ECG incentivam os jornalistas a também contatarem a gerência das instituições multilaterais de desenvolvimento.
FONTE Evaluation Cooperation Group
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