Dionisio Gutierrez deixa a Guatemala
Empresário e jornalista guatemalteco deixa o noticiário/programa de comentários "Libre Encuentro" depois de 20 anos no ar
MIAMI, 26 de outubro /PRNewswire-HISPANIC PR WIRE/ -- Dionisio Gutierrez abandonou seu cargo de apresentador e diretor do popular noticiário da TV guatemalteca, "Libre Encuentro". Durante quase 20 anos, o programa serviu como um fórum aberto, encorajando e promovendo o debate público de ideias e soluções para os problemas nacionais em uma tentativa de preservar e fortalecer as instituições democráticas da Guatemala.
Em 17 de outubro de 2010, Gutierrez anunciou que abandonaria seu programa "Libre Encuentro" em uma carta enviada de Washington, D.C. "As variadas formas de intimidação aumentaram significativamente nos últimos meses, e incluem constantes ameaças de morte", escreveu. "Essa é apenas mais uma forma da violência e da intolerância que assolam a Guatemala atualmente."
Após a revelação de Gutierrez, o Prensa Libre e o Siglo XXI, dois dos principais jornais do país, assim como as maiores estações de rádio e de TV e vários outros meios de comunicação de menor porte fizeram uma cobertura completa do anúncio, considerado por vários editoriais e colunistas como um evento de importância nacional e presságio do que ainda está por vir conforme o país se prepara para as eleições presidenciais do ano que vem.
O programa de Gutierrez era conhecido por servir como ombudsman não oficial do governo e do processo eleitoral, exigindo transparência política de todos os governos que já ocuparam o poder desde a formação da democracia relativamente jovem do país. Gutierrez frequentemente discordava do governo de Alvaro Colom e de sua esposa politicamente ativa, Sandra Torres de Colom, que está fazendo campanha para se candidatar à presidência em 2011.
Em julho de 2010, o presidente Alvaro Colom disse em entrevista à agência EFE espanhola que Dionisio Gutierrez estava trabalhando para desestabilizar o país e tentando impedir a possível candidatura da sua esposa.
Ainda em julho de 2010, o governo da Guatemala e o partido político de Torres colocaram anúncios pagos nos jornais da Guatemala avisando que "determinadas pessoas próximas à mídia" e "negócios tradicionais" estavam agindo às margens da lei e minando a estabilidade do país. As declarações do governo também implicavam de forma maliciosa e espúria que essas tentativas tinham relação com o crime organizado e serviriam para acabar com a paz no país.
Alguns dias depois, Gutierrez escreveu uma carta aberta ao presidente Alvaro Colom, que foi publicada na seção de opiniões de um dos principais jornais do país e na qual expressou sua decepção com o aparente uso, pelo governo, de táticas não democráticas para coibir a liberdade de expressão. "Não caiam na tentação do totalitarismo", ele disse. "A história está cheia de aventuras políticas fracassadas que começaram como projetos autoritários disfarçados de iniciativas democráticas."
Todas essas trocas de declarações aconteceram depois de um incidente que ocorreu "no ar" durante um noticiário local que foi transmitido em 26 de janeiro de 2010, quando a Canal Guatevision recebeu uma ameaça de um grupo autodenominado Exército de Libertação da Guatemala. A ameaça afirmava que o grupo iria se vingar dos empresários do país, responsáveis pela captura do ex-presidente guatemalteco Alfonso Portillo, que havia sido acusado de evasão tributária, fraude, apropriação indevida, e lavagem de dinheiro e que estava sendo submetido a processo de extradição por uma ação criminal em Nova York. O primeiro alvo que o grupo mencionou foi Dionisio Gutierrez.
Gutierrez, sua companhia de produção, os distribuidores do seu programa e outras pessoas têm sido ameaçadas desde então e até fisicamente agredidas. Apesar de continuarem no anonimato as fontes das agressões e ameaças, o governo atual e o crime organizado têm se posicionado abertamente contra Gutierrez e seus aliados. O presidente Colom e seu governo usaram linguagem extremamente forte e se referiram ao programa de Gutierrez como uma declaração de guerra.
O programa "Libre Encuentro" é transmitido também por cabo e estações de TV por satélite e redes nos Estados Unidos, México e em toda a América Central.
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FONTE Strategy Center of the Americas
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