Dados do registro global da fibrilação atrial mostram controle precário da anticoagulação e altas classificações de risco que aumentam a mortalidade e o número de AVCs.
-- Resultados depois de um ano do Registro GARFIELD-AF mostram controle precário dos antagonistas da Vitamina K (VKA) e altas classificações de risco que aumentaram a mortalidade e o número de AVCs em pacientes com fibrilação atrial (FA) recém-diagnosticada
TORONTO, 23 de junho de 2015 /PRNewswire/ -- Dados da vida real de quase 17.200 pacientes inscritos no Registro Global do Anticoagulante em Campo – Fibrilação Atrial (GARFIELD-AF - Global Anticoagulant Registry in the Field - Atrial Fibrillation) confirmam que a falha em não conseguir obter controle adequado da anticoagulação com antagonistas da vitamina K (VKA) e as altas classificações de risco estão associadas com o aumento do risco de mortalidade e AVCs em pacientes com FA não-valvar. Estas descobertas foram mostradas hoje em duas apresentações orais no Congresso da Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH - International Society on Thrombosis and Haemostasis) de 2015.
"Os pacientes com fibrilação atrial recém-diagnosticada, acompanhados pelo Registro GARFIELD-AF, carregam um importante fardo da doença no primeiro ano após o diagnóstico", disse o Professor Ajay Kakkar, Professor de Cirurgia da University College London e Diretor do Instituto de Pesquisas sobre a Trombose (TRI - Thrombosis Research Institute). "Os dados recentemente apresentados do estudo GARFIELD-AF enfatizam os benefícios da anticoagulação efetiva para os pacientes apropriados com fibrilação atrial recém-diagnosticada".
As apresentações feitas no congresso da ISTH foram as seguintes:
Perfis de risco e resultados após 1 ano de pacientes com fibrilação atrial recém-diagnosticada:
A incidência de AVCs/embolia sistêmica (ES), morte e grandes sangramentos, um ano após um novo diagnóstico de AF não-valvar, foi analisada pelas características da linha de base dos pacientes e terapia antitrombótica fornecida na época do diagnóstico. Os resultados mostraram que:
- A mortalidade é o maior fardo no primeiro ano após o diagnóstico de FA.
- As classificações de risco mais altas (CHA2DS2-VASc e HAS-BLED) estão associadas com o aumento no risco de morte, AVC/ES e eventos de grandes sangramentos.
- Fumo, idade >75 anos, falta de tratamento anticoagulante e insuficiência renal também estão associados com o aumento no risco de morte, AVC/ES e eventos de grandes sangramentos.
- Insuficiência cardíaca na linha de base está associada com o aumento no risco de morte, mas a hipertensão na linha de base reduz o risco de morte.
Qualidade do controle com antagonistas da vitamina K e resultados após 1 ano: Uma perspectiva global do Registro GARFIELD-AF
O estudo analisou o tempo na faixa terapêutica (TTR - time in therapeutic range) da relação padronizada internacional (usando a faixa-alvo de 2.0-3.0) em pacientes com FA não-valvar recém-diagnosticada em relação com a demografia, cuidados de saúde e resultados após 1 ano. O TTR é um indicador da qualidade do controle do VKA e também pode ser usado como um indicador do resultado. As orientações da Sociedade Europeia de Cardiologia (European Society of Cardiology) recomendam um TTR >70%.[1] Os resultados mostraram que:
- O controle precário do VKA estava associado com o aumento do risco de morte e AVC/Embolia Sistêmica (ES).
- O Aumento do TTR de 60% para 70% pode reduzir o risco de AVC/ES.
- Um número menor de pacientes diagnosticados em um hospital possui bom controle em comparação com pacientes diagnosticados em um escritório ou clínica de anticoagulação/centro de tratamento da trombose.
- O consumo excessivo de álcool é mais frequente em pacientes com controle precário.
- Em geral, um bom controle do VKA é de grande importância clínica.
Estas novas análises do Registro GARFIELD-AF foram baseadas nos dados dos Coortes 1 e 2, que incluíram 17.168 pacientes recrutados entre 2010 e 2013.
O Registro GARFIELD-AF é uma iniciativa de pesquisa acadêmica independente, liderada por um comitê diretivo internacional sob os auspícios do Instituto de Pesquisas sobre a Trombose (TRI - Thrombosis Research Institute) de Londres, Reino Unido. Até a data, o GARFIELD-AF recrutou mais de 40.000 pacientes com FA recém-diagnosticada em 35 países, tornando-o um dos maiores estudos observacionais nesta área terapêutica. Com o recrutamento para o Coorte 5 prestes a ser realizado, o Registro incluirá no final até 57.000 pacientes.
Sobre o Registro GARFIELD-AF
O Registro GARFIELD-AF é um estudo internacional, de observação, multicêntrico e prospectivo de pacientes com FA recém-diagnosticada. O estudo irá acompanhar prospectivamente até 57.000 pacientes de pelo menos 1.000 centros em 35 países das Américas, Europa Oriental e Ocidental, Ásia, África e Austrália.O início do estudo coincidiu com o início da era do tratamento da FA com anticoagulantes antagonistas da vitamina K (NOACs).
O entendimento contemporâneo da FA está baseado nos dados coletados nos estudos clínicos controlados. Enquanto são essenciais para a avaliação da eficácia e da segurança dos novos tratamentos, estes estudos não são representativos da prática clínica diária e, desta forma, a incerteza sobre o fardo e o controle desta doença na vida real persiste. O GARFIELD-AF procura fornecer perspectivas sobre o impacto da terapia anticoagulante nas complicações tromboembólicas e sangramentos observados nesta população de pacientes. Ele fornecerá um melhor entendimento das oportunidades em potencial para melhorar os cuidados e resultados clínicos entre um grupo representativo e diverso de pacientes e entre populações distintas. Isto deverá ajudar os médicos e os sistemas de cuidados com a saúde a adotarem apropriadamente a inovação para assegurar os melhores resultados para os pacientes e as populações.
O registro teve início em dezembro de 2009. Quatro características principais do projeto do protocolo GARFIELD-AF asseguram uma descrição completa e representativa da FA, que são:
- Cinco coortes sequenciais de pacientes prospectivos e recém-diagnosticados, facilitando as comparações de discretos períodos de tempo e descrevendo a evolução dos tratamentos e resultados.
- Locais dos investigadores que são selecionados aleatoriamente dentro de instituições nacionais de cuidados com a FA criteriosamente designadas, assegurando que a população de pacientes inscritos seja representativa.
- Inscrição de pacientes elegíveis consecutivos independentemente da terapia para eliminar seleção tendenciosa em potencial.
- Acompanhamento dos dados recolhidos por um mínimo de 2 até 8 anos após o diagnóstico, para criar uma base de dados completa das decisões sobre os tratamentos e os resultados na prática clínica diária.
Os pacientes incluídos devem ter sido diagnosticados com FA não-valvar dentro das últimas seis semanas e devem ter pelo menos um fator adicional de risco de AVC e, como tal, são candidatos em potencial à terapia anticoagulante para prevenir coágulos sanguíneos que possam levar a um AVC. Será deixado a cargo do investigador a identificação do fator ou fatores de risco de AVC do paciente, que não necessita estar restrito àqueles incluídos nas classificações de risco estabelecidas. Os pacientes serão incluídos caso recebam ou não terapia anticoagulante para que as estratégias de tratamento, atuais e futuras, e falhas possam ser compreendidas adequadamente em relação aos perfis individuais de risco dos pacientes.
O Registro GARFIELD-AF está sendo financiado através de uma bolsa de pesquisa irrestrita da Bayer Pharma AG.
O fardo da FA
Cerca de 2% da população global tem FA.[2] Cerca de 6 milhões de pessoas na Europa[3], 3-5 milhões de pessoas nos Estados Unidos[4],[5] e até 8 milhões de pessoas na China sofrem de FA.[6],[7] Estima-se que sua prevalência irá pelo menos dobrar até 2050, na medida em que a população envelhece. A FA confere um risco 5 vezes maior de AVC, e um em cada cinco AVCs é atribuído à esta arritmia. Os AVCs isquêmicos associados à FA são frequentemente fatais, e os pacientes que sobrevivem ficam mais frequentemente e mais gravemente incapazes por causa do AVC e mais propensos a sofrer uma recorrência do que os pacientes com outras causas de AVC. Consequentemente, o risco de morte de AVCs relacionados com a FA é dobrado e o custo dos cuidados aumenta em 50%.[8]
A FA ocorre quando partes dos átrios emitem sinais elétricos descoordenados que fazem com que as câmaras bombeiem sangue de maneira muito rápida e irregular, não permitindo desta forma que o sangue seja completamente bombeado para fora dos átrios.[9] Em consequência, o sangue poderá se acumular, formar um coágulo e provocar uma trombose, que é a principal causa cardiovascular de morte no mundo.[10] Se um coágulo sanguíneo deixa o átrio esquerdo, ele pode potencialmente se alojar em uma artéria e outras partes do corpo, incluindo o cérebro. Um coágulo sanguíneo em uma artéria cerebral leva a um AVC. Noventa e dois por cento dos AVCs fatais são causados por trombose.[10] As pessoas com FA também têm alto risco de parada cardíaca, fadiga crônica e outros problemas de ritmo cardíaco.[11] O AVC é uma das principais causas de morte e de incapacidade de longo-prazo em todo o mundo - a cada ano 6,7 milhões de pessoas morrem[12] e 5 milhões ficam permanentemente incapacitadas.[13]
Sobre o TRI
O TRI é uma fundação beneficente e um instituto de pesquisa multidisciplinar, dedicado ao estudo da trombose e doenças relacionadas. A missão do TRI é oferecer a excelência na pesquisa sobre a trombose e na educação, para desenvolver novas estratégias para a prevenção e tratamento da trombose e assim melhorar a qualidade dos cuidados, promover os resultados clínicos e reduzir os custos dos cuidados com a saúde. O TRI é membro do University College London Partners Academic Health Science System (Sistema de Ciência de Saúde Acadêmica dos Parceiros da University College London).
Para mais informações, visite o endereço http://www.tri-london.ac.uk/garfield.
- Camm AJ, Lip GY, De Caterina R, et al. 2012 focused update of the ESC Guidelines for the management of atrial fibrillation: an update of the 2010 ESC Guidelines for the management of atrial fibrillation. Desenvolvido com a especial contribuição da European Heart Rhythm Association. Eur Heart J. 2012;33(21):2719-47.
- Davis RC, Hobbs FD, Kenkre JE, et al. Prevalence of atrial fibrillation in the general population and in high-risk groups: the ECHOES study. Europace 2012; 14(11):1553-9. 16/6/15. Disponível no endereço: http://europace.oxfordjournals.org/content/14/11/1553.long
- The Lancet Neurology. Stroke prevention: getting to the heart of the matter. Lancet Neurol 2010; 9(2):129. 16/6/15. Disponível no endereço: http://www.atrialfibrillation.org.uk/files/file/Articles_Medical/Lancet%20Neurology-%20getting%20to%20the%20heart%20of%20the%20matter.pdf
- Naccarelli GV, Varker H, Lin J, et al. Increasing prevalence of atrial fibrillation and flutter in the United States. Am J Cardiol 2009; 104(11):1534-9.
- Colilla S, Crow A, Petkun W, et al. Estimates of current and future incidence and prevalence of atrial fibrillation in the U.S. adult population. Am J Cardiol 2013; 112(8):1142-7. 16/6/15. Disponível no endereço: http://www.ajconline.org/article/S0002-9149(13)01288-5/fulltext
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- European Heart Rhythm Association; European Association for Cardio-Thoracic Surgery, Camm AJ, Kirchhof P, Lip GY, et al. Guidelines for the management of atrial fibrillation: the Task Force for the Management of Atrial Fibrillation of the European Society of Cardiology (ESC). 22/8/14. Eur Heart J 2010; 31(19):2369-429. 16/6/15. Disponível no endereço: http://eurheartj.oxfordjournals.org/content/early/2010/09/25/eurheartj.ehq278.full
- National Heart, Lung, and Blood Institute. What is Atrial Fibrillation? 16/6/15. Disponível no endereço:http://www.nhlbi.nih.gov/health/dci/Diseases/af/af_what.html
- International Society on Thrombosis and Haemostasis. About World Thrombosis Day. Disponível no endereço: http://www.worldthrombosisday.org/about/
- American Heart Association. Why Atrial Fibrillation (AF or AFib) Matters. 22/8/14. Disponível no endereço: http://www.heart.org/HEARTORG/Conditions/Arrhythmia/AboutArrhythmia/Why-Atrial-Fibrillation-AF-or-AFib-Matters_UCM_423776_Article.jsp
- World Health Organization. The top 10 causes of death. Fact sheet N°310. Atualizado em maio de 2014. 16/6/15. Disponível no endereço: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs310/en/
- World Heart Federation. The global burden of stroke. 16/6/15. Disponível no endereço: http://www.world-heart-federation.org/cardiovascular-health/stroke/
FONTE Thrombosis Research Institute (TRI)
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