CGTN: em memória de profissionais de saúde que perdemos para o coronavírus
PEQUIM, 5 de abril de 2020 /PRNewswire/ -- O novo coronavírus, desconhecido e impiedoso, tem privado milhares de pessoas até agora de seus queridos familiares na China. Separar-se não significa partir para sempre. A CGTN explora em detalhes as vidas daqueles que morreram por causa do coronavírus, desde que a pandemia começou.
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Para saber mais sobre esses médicos e outras vítimas do novo coronavírus na China, visite a página memorial interativa da CGTN.
Liu Yang nunca pensou que o encontro com o pai dela, mesmo que fosse de longe, seria o último. Seu pai Liu Zhiming, um neurologista proeminente, morreu em 18 de fevereiro, após ser infectado pelo novo coronavírus.
Liu era diretor do Hospital Wuchang de Wuhan, que foi designado pela prefeitura municipal de Wuhan, em 21 de janeiro, como um dos hospitais encarregados de tratar pacientes infectados pelo novo coronavírus ou com suspeita de ter contraído o vírus. "Ele me telefonou, pedindo para eu preparar algumas roupas para ele. Ele disse que estava ocupado demais para ir para casa. Nesse momento, percebi que ele estava sentindo falta de ar", disse sua mulher Cai Liping, enfermeira-chefe da UTI do Terceiro Hospital de Wuhan.
Trabalhador compulsivo, ele estava trabalhando por três dias consecutivos na conversão de parte do hospital em alas de isolamento, que começaram a receber pacientes infectados em 23 de janeiro. Esse foi o dia em que Wuhan foi colocada em confinamento e também o dia em que Liu foi diagnosticado com o COVID-19.
Ele foi hospitalizado no dia seguinte e, logo depois, passou a usar um respirador, falando apenas pelo telefone com Cai, que estava em um ritmo frenético de trabalho, tratando de casos graves de COVID-19. Em seus últimos dias, ele rejeitou intubação, de acordo com Hong Yi, secretária do comitê de disciplina do Hospital Wuchang. "Ele receava que sua equipe seria infectada".
No dia em que faleceu, havia 431 pacientes de COVID-19 no hospital. Ele foi o primeiro diretor de hospital, pelo que se sabe, a morrer por causa do coronavírus.
À parte de profissionais de saúde experientes na linha de frente do combate ao COVID-19, havia médicos novos, em começo de carreira, tais como Xia Sisi, gastrenterologista do Hospital Union Jiangbei de Wuhan. Ela morreu da infecção no final de fevereiro. Seus colegas disseram que ela pode ter sido infectada em janeiro, quando cuidava de um paciente idoso que havia apresentado sintomas do novo coronavírus.
Cinco dias mais tarde, ela teve febre de 38,9 graus centígrados e sentiu uma tensão no tórax. Ela foi hospitalizada no mesmo dia. Quando ela pensou que receberia alta e que voltaria ao trabalho, depois que os sintomas melhoraram alguns dias depois, sua situação piorou. Seu marido Wu Shilei, cirurgião no Hospital Pu'ai de Wuhan, foi às pressas para a unidade de emergência nas primeiras horas de 7 de fevereiro. Seu coração parou. Os médicos intubaram e ressuscitaram Xia, após colocá-la em oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO) e então a transportaram para um hospital especializado em tratamento intensivo. Mas ela permaneceu em coma e faleceu em 23 de fevereiro.
De volta à casa, Wu não conseguia aceitar a morte dela. "Nós prometemos lutar na linha de frente juntos, quando ela se recuperasse". Ele não sabe o que dizer a seu filho de dois anos de idade. "Jiabao pensa que sua mãe ainda está trabalhando no hospital".
Até agora, pelo menos 46 profissionais de saúde da China morreram por causa da pandemia de coronavírus. Alguns tinham décadas de experiência, enquanto outros estavam apenas iniciando suas missões de ajudar os outros. Li Wenliang, o oftalmologista que compartilhou, em dezembro, um relatório de pacientes que alertava seus colegas da escola de medicina sobre o coronavírus, morreu aos 34 anos. Song Yunhua, médica de um centro de saúde comunitário, foi atingida por uma motocicleta após trabalhar longas horas examinando pacientes para detectar coronavírus. Ela tinha 46 anos.
Muitos desses médicos foram provavelmente expostos ao coronavírus, do final de 2019 a janeiro, quando o novo vírus começou a aparecer. Os profissionais-médicos têm encontrado pacientes que podem ter contraído COVID-19 antes de ele ter sido identificado como uma linhagem distinta de coronavírus, para que pudessem usar equipamento protetivo e seguir procedimentos mais apropriados para lidar com doenças infecciosas de baixo nível. Eles também não sabiam que entraram em contato com um vírus sério, ainda misterioso, que poderia evoluir para uma pandemia global mais tarde.
Esses médicos mantiveram o máximo profissionalismo e se preocuparam com seus colegas e pacientes nos momentos mais difíceis. Seus espíritos foram semeados naqueles que aspiram seguir seus passos, tais como Liu Yang, que é agora estudante de medicina de primeiro ano na mesma escola que seu pai Liu Zhiming se formou.
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FONTE CGTN
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