AÇORES ESTABELECE A MAIOR REDE DE ÁREAS MARINHAS PROTEGIDAS NO ATLÂNTICO NORTE
PONTA DELGADA, Portugal, 22 de outubro de 2024 /PRNewswire/ -- Enquanto o mundo se prepara para a Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade (CDB COP16), a Região Autónoma dos Açores aprovou legislação inovadora que designa a maior rede de áreas marinhas protegidas do Atlântico Norte.
Esta decisão histórica salvaguarda 30% do mar que rodeia o arquipélago dos Açores, abrangendo 287.000 km², metade dos quais totalmente protegidos, onde não ocorre extração de recursos naturais. A outra metade da rede é altamente protegida. Isso marca um marco significativo na conservação marinha global e estabelece um poderoso precedente para as próximas negociações sobre biodiversidade.
A decisão dos Açores surge num momento crucial em que as nações em todo o mundo trabalham para implementar o Quadro Global de Biodiversidade Kunming-Montreal, onde 196 países concordaram que proteger 30% das terras e oceanos do mundo até 2030 (meta 30x30) é fundamental para a saúde futura do planeta. A legislação abre caminho para a Estratégia de Biodiversidade da União Europeia para 2030 e avança as metas globais de proteção dos oceanos.
As áreas marinhas protegidas são amplamente reconhecidas como a ferramenta mais eficaz no esforço global para reverter a perda de biodiversidade e construir a resiliência dos oceanos contra as mudanças climáticas. A liderança dos Açores é inspiradora, dado que menos de 3% dos oceanos do mundo estão totalmente ou altamente protegidos.
"Os Açores são conhecidos há muito tempo pela sua natureza oceânica única e, com esta decisão, estamos a abrir caminho para um oceano produtivo e vibrante. O mar é parte integrante da nossa identidade coletiva, sendo vital social, cultural e economicamente. Estamos empenhados em proteger e recuperar o nosso oceano para apoiar uma economia azul saudável. Nossa decisão por meio de um processo científico e participativo que leva à proteção de 30% de nossos mares serve como um exemplo que outras regiões devem seguir agora para garantir a saúde futura do planeta." José Manuel Bolieiro, Presidente do Governo Regional dos Açores.
Os Açores são um arquipélago português de nove ilhas vulcânicas no meio do Oceano Atlântico Norte. O mar dos Açores, uma área de aproximadamente 1.000.000 km², representa 55% das águas portuguesas e cerca de 15% das águas europeias. Contém alguns dos mais importantes, únicos e frágeis ambientes insulares, de mar aberto e de águas profundas do Atlântico Norte. A rede agora aprovada de áreas marinhas protegidas cria um santuário para a natureza, como tubarões, peixes, baleias, corais de profundidade e ecossistemas únicos de fontes hidrotermais, resultando num oceano saudável, do qual dependem a economia azul e as comunidades açorianas.
A criação desta rede de áreas marinhas protegidas foi bem sucedida devido a um extenso processo participativo. No total, o Governo liderou mais de 40 reuniões com representantes de vários setores, incluindo do setor das pescas, transporte marítimo, operadores de turismo marítimo e organizações não governamentais ambientais. O resultado foi o desenho colaborativo de uma rede de áreas marinhas protegidas que beneficia as pessoas, a natureza e a economia, com base na melhor ciência disponível na região.
- Fotos subaquáticas e de drones de alta resolução
- Mapas de alta resolução da rede de áreas protegidas
- Imagens B-roll da vida marinha nos Açores
- Lista de porta-vozes
AMPs: ferramentas críticas para a saúde dos oceanos
Uma área marinha protegida (AMP) é uma área no oceano destinada à conservação da natureza, onde são colocados limites à atividade humana. A ciência mostra que as AMPs totalmente e altamente protegidas obtêm os maiores benefícios, tanto para a natureza quanto para as pessoas. De acordo com o Guia MPA, diferentes tipos de proteção são definidos da seguinte forma:
- Proteção Total: Não são permitidas atividades extrativas ou destrutivas; todos os impactos reduzíveis são minimizados.
- Alta Proteção: Somente são permitidas atividades extrativas leves com baixo impacto total, com todos os demais impactos abatíveis minimizados.
- Proteção da Luz: Existe alguma proteção da biodiversidade, mas extração moderada a significativa e outros impactos são permitidos.
- Proteção Mínima: Extração extensiva e outros impactos são permitidos, mas o local ainda oferece alguns benefícios de conservação na área.
Foi comprovado que as Áreas Marinhas Protegidas:
- Restaurar as populações de peixes e aumentar a biodiversidade, beneficiando as comunidades piscatórias locais através de efeitos de transbordamento
- Proteger habitats críticos para espécies ameaçadas
- Aumentar a resiliência do ecossistema às mudanças climáticas e à poluição
- Impulsionar oportunidades de ecoturismo sustentável
- Apoiar meios de subsistência sustentáveis nas comunidades costeiras
Focado na conservação e uso sustentável do Mar dos Açores, com base no melhor conhecimento científico, e com a participação da comunidade, o Programa Açores Azuis visa contribuir para a proteção, promoção e valorização do capital natural marinho do arquipélago, criando novos caminhos para o desenvolvimento económico sustentável da região. Promove assim a conservação do oceano, a valorização da natureza e das atividades que dela dependem, e a promoção de uma economia azul sustentável. Nasceu de uma parceria entre o Governo Regional dos Açores, a Fundação Oceano Azul e o Waitt Institute, e em colaboração com a Universidade dos Açores.
Para mais informações:
BlueAzores.org
Fatos e Números
FONTE Blue Azores
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