Situação de incerteza no Chile gera desconfiança no investimento estrangeiro e ameaça o futuro econômico do país, afirma estudo do Instituto Coordenadas
MADRI, 5 de dezembro de 2019 /PRNewswire/ -- O Chile corre o risco de ceder às pressões sociais dos setores mais radicais e violentos que lideram os protestos, o que levaria a uma perda de competitividade nos mercados internacionais e a uma desconfiança da classe empresarial. Estas são as principais conclusões do estudo que o Instituto Coordenadas de Gobernanza y Economía Aplicada realizou e foi apresentado ontem no Club Financiero Génova de Madri por seu vice-presidente e diretor geral, Valeriano Gómez, o vice-presidente executivo, Jesús Sánchez-Lambás, e o diretor de análise, Carlos Díaz-Güell.
O vice-presidente executivo, Jesús Sánchez-Lambás, lembrou que o Chile continua sendo um dos países mais fortes e solventes da América Latina, apesar da dependência excessiva de matérias-primas, o que leva o país a recessões econômicas. "Desde outubro, a violência nas ruas colocou o governo chileno em cheque. Um descontentamento social que parece se espalhar pelo mundo em um contexto de vários países que estão sendo palco de protestos antigovernamentais com alto grau de violência, como na Bolívia, Colômbia, Chile e também em Hong Kong", disse Sanchez Lambás.
Nesse sentido, o vice-presidente executivo do Instituto Coordenadas apontou: "Os manifestantes, com exigências legítimas, são superados por pequenos grupos radicais que transformam o espaço público de convivência em um cenário de guerra que acaba forçando os governos a sucumbir às pressões. É o caso do Chile, o que pode causar terríveis consequências em nível social e macroeconômico. Se ceder às tendências populistas e tomar decisões inadequadas de economias de mercado social, o Chile perderá investimentos estrangeiros que ajudaram a criar empregos, desenvolver infraestruturas, melhorar a qualidade dos serviços e, no final, reduzir as desigualdades sociais".
A preocupação com o futuro do Chile e a América Latina tem sido o eixo que desencadeou este trabalho, explica Sánchez-Lambás. "O Chile deve enfrentar importantes reformas que precisamente ajudam a continuar promovendo a criação de empresas e o investimento estrangeiro. Não pode ceder à violência nas ruas, deve continuar a ser líder na região", conclui.
O Chile é um exemplo do liberalismo econômico, um modelo que consolidou uma macroeconomia forte e estável que permitiu reduzir progressivamente as desigualdades sociais.
Por esse motivo, o Chile deve continuar apostando em poderosas políticas econômicas que estimulam o investimento e o desenvolvimento de negócios. Um estímulo que deve ser acompanhado por uma simplificação dos mecanismos de controle e burocratização excessiva que atualmente restringe a atividade das empresas concessionárias no Chile. O país deve apostar na diversificação industrial, tentar deixar para trás a dependência do cobre e se abrir para outros setores que permitam criar empregos de qualidade com capital humano especializado.
Nesse sentido, o diretor geral da organização, Valeriano Gómez, observou que a análise econômica apresentada pelo Instituto Coordenadas, plural e apartidária, é um pequeno ponto de partida para avançar na construção, liderando a fusão entre a essência e a inovação da liberalização econômica, como o melhor modelo para enfrentar os desafios presentes e futuros do Chile e do mundo.
Participaram da apresentação também o Diretor de Análise do Instituto de Coordenadas e um dos autores do relatório, Carlos Díaz-Güell. Ao que já tinha sido declarado por seus colegas, Díaz-Güell acrescentou que o Chile apresenta deficiências importantes em Pesquisa e Desenvolvimento, além de mão-de-obra pouco qualificada e uma rede de infraestruturas e serviços energéticos ainda insuficientes.
O autor disse: "Para o Chile, é prioritário investir em inovação e melhorar as fórmulas de colaboração entre o Estado e o setor privado, além de aprimorar o mercado de trabalho para profissionalizá-lo. Para manter os níveis de crescimento econômico e que resultem em maior igualdade social, o Chile deve reduzir os riscos externos, optar pela mobilidade da mão-de-obra, melhorar o sistema de aposentadorias, fortalecer o sistema financeiro e apostar na consolidação fiscal através de um sistema tributário justo."
FONTE Instituto Coordenadas
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