Para alcançar zero casos de hanseníase: o 30º aniversário da Resolução da Assembleia Mundial da Saúde e da Estratégia Global contra a Hanseníase 2021-2030 da OMS são oportunidades para acelerar os esforços contra a doença
TÓQUIO, 24 de maio de 2021 /PRNewswire/ -- Há trinta anos, a Assembleia Mundial da Saúde (AMS) adotou uma resolução para eliminar a hanseníase como um problema de saúde pública. Hoje, durante a 74a AMS, que está em andamento, o Embaixador da Boa Vontade da OMS para a Eliminação da Hanseníase, Yohei Sasakawa, está incentivando os países a não negligenciar a hanseníase em meio à pandemia mundial do coronavírus e a estabelecer o objetivo de zero casos de doença.
A resolução adotada na 44a Assembleia Mundial da Saúde, em 1991, reivindicou a eliminação da hanseníase como um problema de saúde pública em nível global até o ano 2000. "Eliminação" foi definida como uma taxa de prevalência da doença de menos de 1 caso por 10 mil habitantes. Isso foi alcançado mundialmente até o final de 2000 e, desde então, quase todos os países replicaram esse sucesso em nível nacional.
Apesar deste avanço mundial no controle da doença, a hanseníase ainda não é uma doença do passado. Todos os anos, cerca de 200 mil novos casos são relatados, e ainda há regiões endêmicas e pontos críticos de hanseníase espalhados em muitos países. Estima-se que cerca de três a quatro milhões de pessoas estão vivendo com deficiências visíveis ou deformidades causadas pela hanseníase, enquanto o estigma e a discriminação em relação às pessoas com a doença ainda persistem. O Brasil tem uma elevada taxa de incidência da hanseníase, ou seja, é um dos países com o maior número de novos diagnósticos da doença em relação à população no mundo.
Em abril, a luta contra a hanseníase entrou em uma nova fase com o lançamento do programa da OMS "Em Direção a Zero Casos de Hanseníase: Estratégia Global contra a Hanseníase para 2021-2030". As metas incluem zero pacientes com hanseníase em 120 países e uma redução de 70% em novos casos detectados mundialmente até 2030.
Yohei Sasakawa, que visitou mais de 100 países desde que foi nomeado Embaixador da Boa Vontade, em 2001, dá as boas-vindas à nova estratégia e acredita que ela irá acelerar o impulso em direção a um mundo livre de hanseníase. Mas ele alerta:
"São metas ambiciosas, portanto, serão necessários compromissos dos governos nacionais para que sejam alcançadas. Sei que são tempos difíceis, mas não devemos permitir que a hanseníase seja negligenciada em meio à COVID-19."
Observando que o impacto da pandemia do coronavírus tem sido particularmente forte em comunidades já marginalizadas, como as das pessoas afetadas pela hanseníase, Sasakawa ressalta a necessidade de enfrentar as consequências sociais e econômicas da hanseníase. Por esse motivo, ele saúda o foco no combate ao estigma e na garantia do respeito pelos direitos humanos na nova estratégia global contra a hanseníase.
"Enfrentar a discriminação é tão importante quanto curar a doença, se quisermos realmente alcançar um mundo livre de hanseníase. O segredo para isso será a implementação completa dos princípios e diretrizes da ONU", afirma, referindo-se aos princípios e diretrizes que acompanham a Resolução da Assembleia Geral da ONU em 2010 sobre a eliminação da discriminação contra as pessoas afetadas pela hanseníase e seus familiares.
O Embaixador da Boa Vontade Sasakawa, que está envolvido em esforços contra a hanseníase há quase meio século com a Nippon Foundation, organização japonesa sem fins lucrativos em que ele atua como presidente, acredita que o 30o aniversário da resolução da AMS sobre a eliminação da hanseníase é um momento adequado para lembrar o sentido que reuniu os países em torno de um objetivo comum contra a hanseníase.
"Armados com a nova estratégia global, vamos nos unir novamente e redobrar nossos esforços para derrotar essa doença, que tem sido um inimigo comum da humanidade há milênios", conclui.
Sobre a hanseníase
A hanseníase é uma doença transmissível causada pelo bacilo Mycobacterium leprae. Ela afeta principalmente a pele e os nervos periféricos e é considerada uma das doenças mais antigas da história humana. É tratada com terapia com vários medicamentos (MDT, conhecida no Brasil como PQT) e é totalmente curável quando detectada e tratada de forma precoce. Mas se demorar para ser tratada, pode causar danos à pele, nervos, rosto, mãos e pés e levar a defeitos permanentes. Também pode resultar em exclusão social, reforçada por medos e conceitos errôneos arraigados sobre a doença.
Sobre a Iniciativa contra a Hanseníase de Sasakawa
A Iniciativa contra a Hanseníase de Sasakawa é uma aliança estratégica que une o Embaixador da Boa Vontade da OMS para Eliminação da Hanseníase, a Sasakawa Health Foundation e a Nippon Foundation com a finalidade de alcançar um mundo livre de hanseníase. A iniciativa está comprometida com uma abordagem de saúde pública em relação à doença e colabora com uma ampla gama de partes interessadas a fim de abordar as questões médicas e sociais inter-relacionadas. O Embaixador da Boa Vontade da OMS Yohei Sasakawa é presidente da Nippon Foundation.
Site: https://sasakawaleprosyinitiative.org/
Foto - https://mma.prnewswire.com/media/1512726/image_1.jpg
FONTE Sasakawa Health Foundation
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