Novo estudo revela significativos custos no sistema de saúde associados com a doença meningocócica
Pesquisadores descobrem altas taxas de incidência e mortes na primeira análise já realizada dos impactos da doença na América Latina
BUENOS AIRES, Argentina, 20 de março de 2012 /PRNewswire/ -- Hoje, os pesquisadores latino-americanos e líderes globais da saúde revelaram os resultados preliminares do primeiro estudo já realizado para estimar os encargos e os custos da doença meningocócica na região. O estudo descobriu uma necessidade de melhoria na vigilância e melhor compreensão da epidemiologia meningocócica e informações sobre os custos para ajudar a elaborar programas de vacinação contra a meningite.
Esta nova pesquisa foi coordenada pelo Instituto Sabin de Vacinas (Sabin Vaccine Institute) em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (PAHO - Pan American Health Organization), com o Centro Internacional de Acesso a Vacinas (IVAC - International Vaccine Access Center) da Universidade Johns Hopkins e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC - Centers for Disease Control and Prevention).
O Dr. Ciro de Quadros, Vice-Presidente Executivo do Instituto Sabin de Vacinas em Washington, D.C., disse, "Claramente, a meningite é um verdadeiro encargo econômico e de saúde na América Latina. Muitas crianças ficam debilitadas ou morrem por causa desta séria doença, que pode ser evitada através de vacina. Nossa nova pesquisa prova que precisamos melhorar nossas estratégias para combater a doença meningocócica".
O Dr. de Quadros discursou no encerramento do primeiro Simpósio Regional da Doença Meningocócica (Regional Meningococcal Symposium), organizado pelo Instituto Sabin de Vacinas e pela Organização Pan-Americana de Saúde (PAHO), Escritório Regional da Organização Mundial de Saúde (WHO – World Health Organization). O simpósio, realizado de 19 a 20 de março em Buenos Aires, reuniu mais de 150 pesquisadores, especialistas em vacinas, economistas e outros para avaliarem a extensão e custo da doença meningocócica e quais obstáculos impedem sua prevenção através da vacinação.
"Poucas doenças têm tanto poder de causar pânico entre a população quanto a doença meningocócica", disse o Dr. Marco Aurélio Safadi, Chefe da Divisão de Doenças Infecciosas Pediátricas do Hospital São Luiz em São Paulo, Brasil. "Isto acontece principalmente por causa de sua natureza potencialmente epidêmica. O rápido início e altas taxas de casos fatais (10 – 20 por cento), combinados com morbilidade substancial compõem seu impacto econômico e na saúde. Nosso estudo observou que até 20 por cento dos sobreviventes da doença meningocócica desenvolveram incapacidades permanentes incluindo surdez, deficiências neurológicas ou amputação de membro – somente aumentando o impacto econômico de longo prazo de um surto da doença".
A nova pesquisa sugere que os custos de saúde associados à doença meningocócica variam de US$ 4.500 a US$ 6.500 por paciente e os custos de controle de surtos alcançaram mais de US$ 3 milhões em algumas regiões.
"O impacto econômico pode variar amplamente pelos países da região", explicou a Dra. Dagna Constenla do Centro Internacional de Acesso a Vacinas da Escola Bloomberg de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins. "Porém, o que fica claro, a partir da nossa pesquisa é que a doença meningocócica tem custos significativos para a sociedade e para os governos".
Por exemplo, uma comunidade da Flórida que reportou sete casos meningocócicos confirmados e vacinou 13.000 pessoas, gastou US$ 370.000 em custos de intervenção e controle, ou US$ 53.000 por caso. No Brasil, uma comunidade enfrentou um surto de meningite com nove casos e gastou US$ 143.000 somente em investigação e controle do surto.
Porém os números são muito mais altos em grandes surtos. Em 2007, Burkina Faso foi atingido com 25.000 casos de doença meningocócica e 1.700 mortes foram relatadas, resultando em um custo direto de US$ 3,5 milhões, ou 5 por cento de suas despesas anuais com saúde. Os custos de surtos recentes em Oklahoma, Ohio, Brasil, Noruega e Alemanha são em grande parte desconhecidos, revela o estudo.
Altas taxas de incidência de doença meningocócica foram reportadas em países com sistemas bem implementados de vigilância de doenças, incluindo Argentina, Brasil, Chile e Uruguai, mas baixas taxas de incidência foram consistentemente reportadas no México, América Central e no Caribe.
"Uma vez que não temos uma imagem clara do encargo desta doença na América Latina, e não dispomos de informações sobre sorogrupos circulantes, temos que fortalecer ainda mais nossa vigilância epidemiológica desta doença. Com base nesta informação, iremos gerar os estudos de epidemiologia, rentabilidade e custos de oportunidade necessários para tomarmos decisões baseadas em evidências em nossa Região", explicou o Dr. Cuauhtemoc Ruiz Matus, Coordenador de Imunização Familiar Abrangente da PAHO.
A meningite meningocócica, que infecciona as membranas do cérebro e da medula espinhal, é uma doença debilitante e potencialmente fatal que afeta de maneira mais severa as crianças, adolescentes e pessoas que vivem em habitações superlotadas. Nas Américas, a doença é mais comum em crianças com menos de 1 ano de idade. Enquanto a incidência da doença meningocócica varia amplamente entre os países e ao longo do tempo, nos últimos anos taxas de casos fatais tão alta quanto 15 a 20 por cento foram reportadas em vários países da América Latina e Caribe, conforme mostrou o estudo.
A WHO estima que 500.000 casos e 50.000 mortes por doença meningocócica ocorram anualmente em todo o mundo. O novo estudo concluiu que mais e melhores informações são necessárias para ajudar a controlar os surtos.
Mais informações são também necessárias para elaborar programas de vacinação, diz o estudo: "As considerações sobre as estratégias de vacinação para controlar a doença meningocócica só podem ser feitas com entendimento suficiente da epidemiologia de mudança constante da doença meningocócica".
Atualmente, os únicos países com programas de imunização de rotina para a doença meningocócica são Cuba e Brasil, apesar de outros países estarem estudando as opções.
A reunião de dois dias onde o estudo foi apresentado contou com sessões de especialistas globais na epidemiologia da doença meningocócica, apresentação clínica e tratamento da doença, análise de custos, imunidade e vacinas meningocócicas e novas estratégias para a prevenção da Meningite B.
Para detalhes sobre a reunião, visite o endereço www.mening2012.org; Para saber mais sobre o Instituto Sabin de Vacinas, visite o endereço http://www.sabin.org ; para saber mais sobre a PAHO, visite o endereço www.paho.org
Sobre o Instituto Sabin de Vacinas
O Instituto Sabin de Vacinas (Sabin Vaccine Institute) é uma organização do tipo 501(c)(3) sem fins lucrativos de cientistas, pesquisadores e defensores dedicados à redução do sofrimento humano desnecessário causado por doenças que podem ser evitadas através de vacina e doenças tropicais negligenciadas. O Instituto Sabin trabalha com governos, organizações públicas e privadas líderes e instituições acadêmicas para fornecer soluções para alguns dos mais difundidos desafios de saúde de todo o mundo. Desde sua fundação em 1993, em homenagem ao desenvolvedor da vacina oral contra a pólio, o Dr. Albert B. Sabin, o Instituto está na vanguarda dos esforços para controlar, tratar e eliminar estas doenças, através do desenvolvimento de novas vacinas, da recomendação do uso das vacinas existentes e da promoção do aumento do acesso aos tratamentos médicos com preços razoáveis. Para mais informações, visite o endereço www.sabin.org.
Sobre a Organização Pan-Americana de Saúde
A Organização Pan-Americana de Saúde (PAHO - Pan American Health Organization) é uma agência internacional de saúde pública com mais de 100 anos de experiência dedicados a melhorar a saúde e os padrões de vida nos países das Américas. Funciona como uma organização especializada de saúde do sistema da Organização dos Estados Americanos. Serve também como Escritório Regional para as Américas da Organização Mundial da Saúde e desfruta de reconhecimento internacional como parte do sistema da Organização das Nações Unidas.
FONTE Sabin Vaccine Institute
FONTE Sabin Vaccine Institute
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