LAFIS: Saldo nas operações de crédito permanecem estáveis em abril, mas inadimplência volta a crescer
SÃO PAULO, 31 de maio de 2019 /PRNewswire/ -- No dia 29/05, o Banco Central do Brasil anunciou o saldo total das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional referente ao mês de abril, atingindo R$ 3,27 trilhões. Este resultado indica uma estabilidade (0,0%) quando comparado ao mês anterior, após avançar 1,1% no acumulado do primeiro trimestre deste ano. Na análise dos últimos 12 meses, este saldo avançou 5,4%, representando uma perda de ritmo em relação aos 12 meses imediatamente anteriores (5,7%).
Contribuiu para este desempenho o saldo das operações com pessoas físicas, que apresentou avanço mensal em abril de 2019, crescendo 0,8% no período, totalizando um saldo de R$ 1,844 trilhão, maior patamar da série histórica iniciada em março de 2007. Na análise dos últimos 12 meses, houve avanço de 9,5%, mantendo a trajetória ascendente iniciada em julho de 2018 (6,3%). Por outro lado, as operações com pessoas jurídicas recuaram no mês, com queda de 1,1% no período, eliminando o ganho observado no mês anterior (0,9%), e totalizando R$ 1,424 trilhão. Por fim, a variação dos últimos 12 meses (+0,6%) apresentou uma desaceleração no ritmo de crescimento nesta análise.
No que diz respeito à taxa de inadimplência da carteira de crédito total do sistema financeiro, referente aos atrasos superiores a noventa dias, esta cresceu novamente, avançando 0,04 p.p. em abril de 2019 na comparação com o mês anterior e alcançando o patamar de 3,01%. Este resultado foi impulsionado pelo crescimento da inadimplência no segmento destinado às pessoas jurídicas, tendo em vista o avanço de 0,08 p.p. na variação mensal. No que diz respeito à pessoa física, a inadimplência permaneceu estável e manteve o patamar de 3,36%. Apesar destes resultados, é importante que ambos os segmentos se apresentam em um nível de inadimplência inferior ao observado no mesmo período do ano passado, ou seja, a inadimplência relacionada às pessoas jurídicas recuou 0,39 p.p. em relação ao mês de abril de 2018, e a inadimplência relacionada às pessoas físicas apresentou queda de 0,26 p.p. na mesma base de comparação.
Neste sentido, considerando as informações do último Relatório de Política Monetária e Operações de Crédito do SFN divulgado pelo Banco Central, percebe-se que, apesar da carteira total das operações ter encerrado o primeiro quadrimestre de 2019 com avanço de 1,1%, é preciso estar atento ao ritmo de crescimento destas operações, tendo em vista a queda na demanda por crédito empresas. Além disso, o segundo avanço mensal consecutivo da inadimplência aponta para um cenário de maior cautela, tanto por parte dos tomadores de crédito quando daqueles que ofertam, ainda que tal inadimplência siga abaixo dos níveis observados no ano anterior em todas as modalidades. Por fim, o custo destas operações, representado pelo Indicador de Custo de Crédito (ICC), avançou 0,1 p.p. em abril de 2019, alcançando 21,2% a.a., enquanto a análise dos últimos 12 meses recuou 0,2 p.p..
Tendência: seguindo o comportamento observado no mês anterior, a estabilidade no saldo das operações de crédito foi sustentada pelo crescimento na modalidade voltada às pessoas físicas, com destaque para as operações com recursos livres, que cresceram 1,3% no mês impulsionadas pelo crédito pessoal consignado, financiamentos de veículos e cartão à vista. Este comportamento mostra uma maior cautela do mercado de crédito nacional, direcionando recursos para modalidades com baixo risco e maiores garantias, como o crédito consignado e financiamento de veículos e imobiliário, no caso das famílias, e como as operações atreladas a antecipação de recebíveis, no caso das empresas. No que se refere a esta última, o crédito livre para pessoas jurídicas recuou 0,9% no mesmo período, enquanto a queda do saldo com recursos direcionados foi ainda mais intensa, 1,3%, sendo esta a oitava taxa negativa consecutiva nesta análise de variação mensal. Tal resultado, vale ressaltar, tem sido influenciado pela mudança na atuação do BNDES, que passa a priorizar micro, pequenas e médias empresas.
Por fim, diante de uma economia ainda fragilizada, a expectativa é que a aprovação da reforma da previdência seja capaz de gerar um ambiente mais favorável aos negócios, promovendo melhora da confiança dos agentes e a expansão dos investimentos. Além do mais, dada a observância de uma baixa e controlada inflação, manutenção de uma baixa taxa de juros, isto deverá contribuir para a tomada de crédito, principalmente via recursos livres, enquanto os recursos direcionados deverão se dar de forma mais modesta, impactando também na queda da inadimplência e redução do comprometimento da renda das famílias com dívidas.
Especialista Responsável:
Fernanda Rodrigues: Mestre em Economia Aplicada, pela Universidade Federal de São Carlos, atua como Especialista Setorial em Serviços ao Consumidor, canalizando esforços para o desenvolvimento e processamento de pesquisas quantitativas/qualitativas relacionadas aos mais variados tipos de serviços - comércio varejista geral, bancos, sistemas de saúde, e-business, entre outros.
Mais Informações:
Lafis Consultoria – www.lafis.com.br
Caique Rocha – [email protected]
(11) 3257-2952
FONTE Lafis
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