Lafis: Inadimplência relacionada às empresas volta a cair, mas crédito para esta modalidade continua pouco expressivo
SÃO PAULO, 2 de maio de 2018 /PRNewswire/ -- No último dia 26/04, o Banco Central do Brasil anunciou o saldo total das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional referente ao mês de março de 2018, atingindo R$ 3,1 trilhões. Este resultado indica uma variação positiva e igual a 0,6% quando comparado ao mês anterior, e na análise dos últimos 12 meses, o saldo permaneceu estável, com variação de apenas 0,1%. As operações com pessoas jurídicas avançaram 0,6% no mês, com um saldo de R$ 1,412 trilhões, enquanto que na análise dos últimos 12 meses, houve uma queda expressiva de 6,0%. Já as operações com pessoas físicas cresceram 0,7% em relação ao mês de fevereiro de 2018, totalizando R$ 1,669 trilhões. Na variação acumulada dos últimos 12 meses, as operações de crédito destinadas às famílias também cresceram (+5,9%). A relação crédito/PIB alcançou 46,6%.
A carteira com recursos livres totalizou R$ 1,59 trilhões – um crescimento de 1,3% no mês e aumento de 3,5% em doze meses. Em março de 2018, o crédito às famílias aumentou 0,7%, passando para R$ 862,5 bilhões, com destaque para as modalidades de aquisição de veículos (1,2%) e crédito não consignado (1,3%). Já a carteira das pessoas jurídicas registrou um crescimento mais significativo no mês e igual a 2,1%, totalizando R$ 727,5 bilhões, impulsionadas por descontos de duplicatas (11,1%), financiamentos de exportações (1,9%) e ACC (8,6%).
No que diz respeito à taxa de inadimplência da carteira de crédito do sistema financeiro, referente a atrasos superiores a noventa dias, esta manteve a estabilidade no segmento pessoa física, com decréscimo de apenas 0,08 p.p. em relação ao mês anterior, atingindo o nível de 3,63%. Já no segmento pessoa jurídica, a redução foi mais expressiva (-0,23p.p.), alcançando um nível de 2,87%. Esta foi a primeira queda da inadimplência relacionada às empresas neste início de ano. Por fim, o nível da carteira total chegou a 3,28% (-0,15 p.p. mês). O indicador atingiu 4,77% no crédito livre (-0,21p.p. mês) e 1,7% no direcionado (-0,1 p.p. mês).
Neste sentido, considerando as informações do último Relatório de Política Monetária e Operações de Crédito do SFN divulgado pelo Banco Central, percebe-se a retomada do movimento de queda da inadimplência na carteira PJ, mas representando um cenário de estabilidade no que se refere à PF. No entanto, como pôde ser visto, o mercado de crédito ainda apresenta resistência ao crescimento, sobretudo no crédito voltado para as empresas, devido ao alto custo destas operações. Neste sentido, o Banco Central passa a comentar também a evolução do Indicador de Custo de Crédito (ICC), que alcançou 21,5% a.a. no mês de março (uma redução de 0,3 p.p. em relação ao período anterior, e de 1,3 p.p. em 12 meses), enquanto que a taxa média de juros das operações contratadas em março situou-se em 26,2% a.a. (redução de 0,7 p.p. no mês). Portanto, é possível observar que, apesar da queda no custo das operações de crédito, o que favorece o movimento de redução do nível de inadimplência, a taxa de juros cobrada sobre tais operações permanece em patamares elevados, o que pode influenciar as decisões sobre a demanda por crédito no país.
Tendência: após o primeiro bimestre de 2018, com resultados pouco expressivos tanto para a oferta de crédito quanto para o nível de inadimplência, o mês de março retoma as perspectivas de um crescimento na tomada de crédito por parte das empresas, bem como a redução do nível de inadimplência proporcionada pela manutenção de uma baixa taxa de juros.
Apesar dos agentes ainda se mostrarem cautelosos quanto ao endividamento, tendo em vista um mercado de trabalho instável, o cenário permanece otimista, já que, segundo as perspectivas da Lafis, haverá uma melhora no contexto macroeconômico ao longo de 2018. Ou seja, a perspectiva de crescimento econômico, bem como da renda, somados à queda na taxa de juros real e à inflação controlada, permite vislumbrar uma retomada sustentável da demanda por crédito, expandindo a renda das famílias e contribuindo para um nível estável de inadimplência.
Tal percepção já pode ser observada nas taxas interanuais, cada vez menores, de queda na demanda de crédito por parte das empresas. E no que diz respeito à contratação pelas famílias, esta continua se destacando devido a percepção de melhora, ainda que não muito significativa, do mercado de trabalho e da renda, fazendo com que a intenção de consumo se eleve, assim como a confiança em assumir novas dívidas.
Portanto, diante da melhora da economia observada tanto nos indicadores micro quanto macroeconômicos, principalmente sob o aspecto de geração de emprego, a Lafis mantém sua perspectiva de que, em 2018, haverá uma recuperação gradual das condições de crédito, tanto na concessão quanto na tomada de recursos por famílias e empresas.
Analista Responsável: Fernanda Rodrigues.
Mais Informações:
Lafis Consultoria – www.lafis.com.br
Stefany Alencar – [email protected]
(11) 3257-2952
(Foto: http://www2.prnewswire.com.br/imgs/pub/2018-05-02/original/4214.jpg)
FONTE Lafis
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