Ladrão que rouba ladrão: cigarro ilegal é plagiado no Brasil
SÃO PAULO, 17 de novembro de 2020 /PRNewswire/ -- Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade: Em um país onde 57% dos cigarros consumidos são ilegais, era de se esperar que também tivesse espaço para a falsificação. O que impressiona é que são as marcas paraguaias as que estão sendo plagiadas por indústrias brasileiras ilegais, justamente por serem as mais vendidas.
A paraguaia Eight, por exemplo, líder de vendas no Brasil com 16% do mercado, tem a nacional Egipt como similar – ela reproduziu as cores e tipo de letra da primeira para conquistar o consumidor. As duas chegam ao mercado com preços abaixo do mínimo estipulado por lei, de R$ 5.
"No Brasil, os fabricantes que atuam na ilegalidade estão copiando as marcas paraguaias para disputarem o mercado, já que a oportunidade de lucro é enorme – hoje, a criminalidade movimenta cerca de R$ 10,9 bilhões por ano com a venda do cigarro ilegal", afirma Edson Vismona, presidente do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP).
Indústria paraguaia cresce com o mercado ilegal brasileiro
As indústrias de tabaco paraguaias se profissionalizaram e, com o tempo, investiram em melhorias e lançamentos de produtos. Hoje, são mais de 90 marcas de cigarros com grande presença no Brasil, que se tornou o principal mercado. Para se ter uma ideia, o Paraguai produziu 71 bilhões de cigarros em 2018, para um mercado interno de 2,3 bilhões de consumidores. Legalmente exporta, em média, 1,5 bilhão por ano. O restante, 67,2 bilhões, abastece o contrabando, majoritariamente para o Brasil.
Desde 2014, os cigarros do contrabando evoluem para se assemelharem ao produto brasileiro. Antes, as embalagens traziam apenas a indicação da marca e do fabricante. Com os anos, passaram a incluir fitilho informando o fabricante e selo holográfico de originalidade, chegando, hoje, a trazerem advertência obrigatória nos dois lados, em espanhol e guarani.
Mas, por serem ilegais, as marcas paraguaias não cumprem diversos requisitos que a lei brasileira exige. Por exemplo, as embalagens trazem expressões proibidas pela ANVISA, como "special blend" e "finest tobaccos", que sugerem ao consumidor que seus produtos contêm qualidade e boa procedência. O cigarro ilegal é ofertado em maços de 10 e 4 unidades, também proibidos por nossa legislação. Além disso, utilizam marca holográfica para transmitir a imagem de "produto original", e não utilizam as imagens impactantes de advertência que são obrigatórias à indústria nacional.
FONTE FNCP (Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade)
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