CHICAGO, 3 de julho de 2012 /PRNewswire/ -- O estudo revelou que o arranjo brasileiro de uso das casas lotéricas, correios e pequenos varejistas para distribuir produtos financeiros em localidades pequenas demais para comportar agências bancárias. Os correspondentes bancários levam serviços essenciais a áreas pouco desenvolvidas economicamente.
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Um estudo dos correspondentes bancários brasileiros realizado pelo Consortium on Financial Systems and Poverty (Consórcio sobre Sistemas Financeiros e Pobreza) mostra que a infraestrutura pré-existente nesses outros grupos de serviços pode reduzir o custo fixo de entrada para a prestação de serviços bancários, principalmente em comunidades mal-atendidas.
Um novo artigo intitulado "Eliminando barreiras de entrada à utilização dos serviços financeiros: evidências dos correspondentes bancários no Brasil", de Juliano Assunção do Departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) documenta o rápido crescimento dos correspondentes bancários no período de 2002 a 2007.
"Além da recente tecnologia de serviços financeiros em celulares", diz o autor, "correspondentes bancários representam uma forma inovadora e viável de aumentar o alcance dos serviços bancários com baixos custos fixos."
Assunção mostra que os correspondentes bancários estão praticamente eliminando o custo de entrada para a prestação de serviços bancários no Brasil e servem como um modelo inovador de alcance de produtos financeiros em regiões menos povoadas e mais isoladas. Com base na análise feita entre 2000 e 2007, Assunção estima que as barreiras à entrada foram reduzidas a zero em 2002 para correspondentes bancários, enquanto o limite de entrada para estabelecer uma agência bancária se manteve estável entre 7.800 e 9.300 habitantes.
Até agora, pesquisas sugerem que o acesso físico aos serviços bancários é essencial para o desenvolvimento econômico. Vários estudos têm demonstrado que esse acesso ajuda as pessoas a melhorar as condições de vida e a superar a pobreza, aprimora a divisão de riscos, promove a abertura de novos negócios e permite o crescimento de empresas estabelecidas.
O Banco Central do Brasil aprovou a utilização de correspondentes bancários em 1999. A legislação permite que correspondentes bancários recebam pedidos para abertura de contas correntes e poupança, recolham depósitos e ofereçam pagamentos para contas correntes e poupança bem como fundos de investimento, recebam solicitações de crédito e realizem análises de crédito, entre outros serviços.
Cerca de 2.200 dos 5.500 municípios do Brasil, representando 20 milhões de pessoas, não tinham agências bancárias em 2000, o que representava um desafio para conectar indivíduos aos serviços financeiros.
O formato se tornou tão popular que os correspondentes bancários se espalharam até mesmo para lugares que já tinham agências bancárias. Em 2007, segundo a pesquisa de Assunção, apenas 217 municípios não tinham correspondentes bancários. Números do Banco Central indicam que em 2010 o número de municípios sem correspondentes bancários havia caído para 30.
Além de professor do Departamento de Economia da PUC-Rio, Assunção é pesquisador do Consortium on Financial Systems and Poverty. O CFSP, estabelecido na Universidade de Chicago, apoiou financeiramente a realização do estudo. O artigo pode ser encontrado em sua página na Internet: http://www.cfsp.org. O CFSP é uma organização privada de pesquisa composta por economistas proeminentes e emergentes. Seu objetivo é melhorar a vida dos que vivem em situação de escassez e reduzir a pobreza ao ajudar a identificar, planejar e implementar sistemas financeiros mais eficientes. O pesquisador-líder do programa é Robert M. Townsend, Elizabeth e James Killian Professor de economia do departamento de economia no MIT.
FONTE Consortium on Financial Systems and Poverty
FONTE Consortium on Financial Systems and Poverty
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