Governo da Guatemala apresenta pedido oficial de desculpas à família do ex-presidente deposto Jacobo Arbenz por violações de direitos humanos - 57 anos mais tarde
A família Arbenz e outros notáveis vão fazer declarações formais em 20 de outubro de 2011 (quinta-feira)
CIDADE DA GUATEMALA, 29 de setembro de 2011 /PRNewswire/ -- Pela primeira vez, em 57 anos, o governo da Guatemala está apresentando um pedido oficial de desculpas à família do ex-presidente da República da Guatemala, coronel Juan Jacobo Arbenz Guzman, popularmente conhecido como "O Soldado do Povo", por violações de direitos humanos pelo estado da Guatemala.
(Foto: http://photos.prnewswire.com/prnh/20110929/NY75873 )
Arbenz, um dos ícones da revolução de 1944, foi derrubado da Presidência da República por um golpe liderado pela CIA, em 27 de junho de 1954, sob falsas acusações de que estava promovendo o comunismo. À época, a propriedade de sua família foi ilegalmente confiscada e ele foi deportado, junto com sua família. Arbenz também foi publicamente humilhado, ao ser forçado a tirar suas roupas diante das câmeras, no aeroporto da Guatemala.
Após muitas décadas, um Acordo Amigável de Indenização foi assinado pelo Estado, no caso Guatemala versus Jacobo Arbenz, em maio de 2011, e processado pelo Estado da Guatemala e pela Comissão de Direitos Humanos, um órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Além do pedido de desculpas, o governo guatemalteco também concordou em revisar os livros escolares da Guatemala, para incluir a influência positiva de Arbenz no país (a chamada "Primavera Guatemalteca"). A biografia de Arbenz também será reescrita, a ferrovia nacional que ele construiu levará o seu nome e um novo programa educacional será criado para treinar os servidores públicos, para que sempre levem em consideração as necessidades dos agricultores e dos povos indígenas, como foi feito por Arbenz durante seu mandato.
A família de Arbenz lançou recentemente a "Primavera Guatemalteca", uma organização sem fins lucrativos destinada a apoiar, educar e defender o povo da Guatemala (www.guatemalaspring.org).
Histórico
Em 1954, através de uma missão secreta, a CIA liderou a derrubada do presidente Jacobo Arbenz, líder democraticamente eleito da Guatemala, com base em acusações forjadas de promoção do comunismo. Entretanto, a razão principal para o golpe liderado pelos Estados Unidos foi proteger os interesses financeiros americanos no país, que haviam sido colocados em risco.
A United Fruit Company, com sede em Boston (agora chamada "Chiquita Banana"), era proprietária da maioria das terras na Guatemala, por meio de um acordo com o ditador Jorge Ubico, no qual ele garantiu à empresa americana isenção de impostos por 100 anos. A posição financeira da empresa ficou ameaçada pela reforma agrária que Arbenz estava realizando e que havia sido aprovada pelo Congresso da Guatemala. Além disso, a construção de uma estrada de ferro até o principal porto de exportação do país tornou-se um desafio à empresa American International Railways, que cobrava tarifas muito altas, porque era a única forma de se chegar até o porto. E a construção de uma usina hidrelétrica em Jurun Marinala teria liberado os guatemaltecos da dependência dos Estados Unidos e, portanto, teria quebrado o monopólio da eletricidade da Bond and Share, uma empresa de propriedade americana.
O golpe, orquestrado pelo governo Eisenhower e pelos irmãos Dulles, da CIA e do Departamento de Estado dos EUA (que eram diretores do conselho da United Fruit Company) forçou Arbenz a ir para o exílio. E os Estados Unidos instalaram uma junta governamental que impôs terror, repressão e silêncio aos cidadãos guatemaltecos. Em consequência, nos 50 anos seguintes, a Guatemala presenciou mais violência e derramamento de sangue civil to que a maioria dos países jamais viu. Mais de 200.000 estudantes, trabalhadores, profissionais, agricultores e não combatentes foram mortos e mais de um milhão de pessoas se tornaram refugiados.
Até hoje, o governo dos Estados Unidos nunca apresentou um pedido de desculpas ao povo da Guatemala ou à família de Arbenz.
"Eu digo adeus a vocês, meus amigos, com amargura e tristeza, mas firme em minhas convicções. Sou forçado a renunciar, para nos livrarmos do pretexto para uma invasão de nosso país e o faço com um olho no bem-estar do povo".
(Extrato da discurso de renúncia feito por Jacobo Arbenz Guzman, em 27 de junho de 1954).
Quando: |
Quinta-feira, 20 de outubro de 2011, 10h. |
|
Onde: |
Palácio Nacional da Cultura |
|
6 avenida y 6 calle zona 1. 5A Calle |
||
Cidade da Guatemala, Guatemala |
||
O que: |
1. Hino Nacional |
|
2. Palavras de boas-vindas |
||
3. Palavras de Ruth del Valle Cobar, presidente da Comissão Presidencial para Coordenação da Política Executiva sobre Direitos Humanos -- COPREDEH |
||
4. Vídeo (apresentado pela família Arbenz) |
||
5. Ato de Responsabilidade de Reconhecimento Internacional e Pedido de Desculpas pelo presidente constitucional da República, Sr. Alvaro Colom Caballeros. |
||
6. Entrega da carta de perdão |
||
7. Palavras de um representante da família do ex-presidente Juan Jacobo Arbenz Guzman |
||
8. Evento cultural |
||
Disponíveis para entrevista:
- Juan Jacobo Arbenz Vilanova, filho do líder deposto da Guatemala Jacobo Arbenz
- Dr. Erick Arbenz, neto do líder deposto da Guatemala Jacobo Arbenz
- Claudia Arbenz, neta do líder deposto da Guatemala Jacobo Arbenz
- Kathryn Arbenz, neta do líder deposto da Guatemala Jacobo Arbenz
Especialistas no assunto disponíveis: para informações sobre os especialistas relacionados, clique no link apropriado.
Erick Arbenz
http://www.profnetconnect.com/erickarbenz
Contato:
Em espanhol: Ricardo Trejo
[email protected]
+1 (917) 449-9361
(+52)(1)(55) 4482-6104
Em inglês: Steve Deitsch
[email protected]
212-727-0790
FONTE The Arbenz Family
FONTE The Arbenz Family
WANT YOUR COMPANY'S NEWS FEATURED ON PRNEWSWIRE.COM?
Newsrooms &
Influencers
Digital Media
Outlets
Journalists
Opted In
Share this article