Global Peace Index: o mundo está menos pacífico hoje do que em qualquer outro período da última década
LONDRES, 6 de junho de 2018 /PRNewswire/ --
- Houve deterioração em 92 países, ao passo que 71 países apresentaram melhorias entre 2016 e 2017, o pior resultado dos últimos quatro anos.
- Durante a última década, o crescimento do PIB dos países que apresentaram melhoria no nível de paz foi sete vezes maior que o dos países onde houve deterioração da paz.
- Os gastos militares como uma porcentagem do PIB estão diminuindo em mais países do que aumentando.
- O número de mortes por ano em decorrência de guerras apresentou tendência de alta na última década e aumentou 264 por cento nesse período.
- A Europa e a América do Norte tornaram-se menos pacíficas durante o último ano, e o mesmo aconteceu em outras quatro regiões. Entre 36 países da Europa, 23 apresentaram deterioração.
- O impacto econômico da violência foi de $ 14,8 trilhões em 2017 ou 12,4 por cento do PIB mundial, o equivalente a $ 2.000 por pessoa.
- Pela primeira vez na história moderna, os refugiados representaram quase um por cento da população mundial em 2017, mais do que a população do Reino Unido ou quase metade da população da Rússia.
A 12a edição do relatório anual do Global Peace Index (GPI), produzido pelo Institute for Economics and Peace (IEP), think tank internacional, revelou que o mundo está menos pacífico hoje do que em qualquer outro período da última década.
O GPI de 2018 apresenta um mundo no qual as tensões, conflitos e crises que surgiram nos últimos dez anos continuam sem solução, o que resultou em uma queda gradual e constante do nível de paz. As principais causas da deterioração no último ano foram o aumento dos conflitos armados, tanto internos quanto externos, o aumento do terror político e um menor compromisso das Nações Unidas com a manutenção da paz. Síria, Afeganistão, Sudão do Sul, Iraque e Somália são os países menos pacíficos, ao passo que Islândia, Nova Zelândia, Áustria, Portugal e Dinamarca são os mais pacíficos.
O GPI é a principal medida mundial do nível de paz em todo o mundo. O relatório abrange 99,7 por cento da população mundial e utiliza 23 indicadores quantitativos e qualitativos de fontes altamente respeitadas para compilar o índice. Esses indicadores são agrupados em três áreas principais: "conflitos em andamento", "segurança e proteção" e "militarização". Todas as três áreas registraram deterioração no último ano.
Apesar de manter sua posição como a região mais pacífica do mundo, a Europa apresentou deterioração pelo terceiro ano consecutivo. Pela primeira vez na história do índice, um país da Europa Ocidental registrou uma das cinco maiores deteriorações. A Espanha caiu 10 pontos no ranking, ocupando agora o 30º lugar como resultado de tensões políticas internas e do aumento do impacto do terrorismo. Na última década, 61 por cento dos países da Europa apresentaram deterioração como decorrência de aumento da instabilidade política e do impacto do terrorismo e de uma maior percepção da criminalidade. Nenhum país nórdico é mais pacífico agora do que era em 2008.
Steve Killelea , fundador de presidente executivo do IEP, disse: "Avançamos em muitas frentes na última década, mas continua sendo difícil conseguir um nível mais alto de paz no mundo. O desafio é confirmado pela nossa pesquisa, que revela que é muito mais difícil construir a paz do que destruí-la. Isso explica em parte por que países que estão classificados na parte inferior do índice continuam envolvidos em conflitos prolongados. Na última década, os conflitos em andamento, como os da Síria, Iêmen, Líbia e Afeganistão, contribuíram para um aumento significativo das mortes em decorrência de guerras, para o aumento da população de refugiados e aumento do terrorismo.
"A Europa, a região mais pacífica, também sofreu, e no último ano houve deterioração da paz em 23 de 36 países, o que se deve principalmente ao aumento das tensões políticas e à deterioração das relações entre os países."
Surpreendentemente, o indicador com mais melhoria no último ano foi o dos gastos militares como porcentagem do PIB, sendo que 88 países gastaram menos e 44 gastaram mais. A média dos gastos militares por país como porcentagem do PIB manteve a queda que vinha apresentando na última década e 102 países gastaram menos. Utilizando-se a porcentagem do PIB como medida de avaliação, três entre cinco países escandinavos estão entre os maiores exportadores de armas.
Em 2017, o impacto econômico da violência na economia mundial foi $ 14,8 trilhões nos termos da paridade do poder de compra (PPC). Isso equivale a 12,4 por cento da atividade econômica mundial (produto mundial bruto), ou $ 1.998 para cada pessoa. O impacto econômico da violência aumentou dois por cento durante 2017 como decorrência de aumentos no custo de conflitos e gastos com segurança interna, sendo que os maiores aumentos foram em gastos com segurança na China, Rússia e África do Sul.
O relatório deste ano também concluiu que os países com índices de paz mais altos também apresentam vantagens econômicas consideráveis em relação aos países menos pacíficos. Nestes, as taxas de inflação são quase três vezes mais altas, as taxas de juros foram mais que o dobro e o investimento estrangeiro direto foi quase a metade.
Killelea comentou: "Os benefícios da paz a longo prazo revelados no relatório deste ano são particularmente interessantes. Os países com os mais altos níveis de paz tiveram uma média de dois pontos porcentuais adicionais nas suas taxas de crescimento do PIB nos últimos sessenta anos em comparação com os países menos pacíficos. Se examinarmos as vantagens econômicas da paz na última década, os países que apresentaram melhorias tiveram um aumento do PIB quase sete vezes maior do que os países onde a paz diminuiu. Esses números são realmente impressionantes e ressaltam as vantagens econômicas da paz".
A pontuação dos Estados Unidos continuou diminuindo como resultado do aumento da instabilidade política, apesar da diminuição do impacto do terrorismo e da militarização. Os Estados Unidos são agora um dos sete membros do G20 classificados entre os 50 países menos pacíficos do mundo, junto com o México, África do Sul, Arábia Saudita, Índia, Turquia e Rússia.
Seis entre nove regiões do mundo apresentaram deterioração da paz e as quatro regiões mais pacíficas, Europa, América do Norte, Ásia-Pacífico e América do Sul também apresentaram deterioração.
Panorama da região:
- O Oriente Médio e Norte da África continuaram sendo as regiões menos pacíficas do mundo em 2018, apesar de uma ligeira melhoria da sua pontuação como resultado das melhorias no Iraque e na Síria devido à diminuição do alcance do ISIS. O Qatar registrou a maior deterioração da paz, pois o boicote econômico e político imposto pelos Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Egito e Bahrein provocou a deterioração das relações com países vizinhos e instabilidade política.
- A tendência geral na Europa tem sido a convergência pela paz. Os países mais pacíficos, principalmente os da Europa Ocidental, apresentaram uma diminuição da paz, ao passo que aqueles com pontuações mais baixas, muitos deles na Europa Oriental, registraram melhorias.
- A paz na região Ásia-Pacífico registrou deterioração, sendo que 11 países registraram queda, ao passo que oito registraram melhorias. Mianmar foi o país com a maior deterioração, apresentando queda de 15 pontos. A Austrália registrou a segunda maior deterioração como resultado de níveis mais altos de encarceramento e de militarização.
- Na América do Norte, o nível de paz nos Estados Unidos registrou queda pelo segundo ano consecutivo e é agora o pior nível em qualquer período desde 2012. O Canadá registrou deterioração no quesito impacto do terrorismo depois dos atentados em Quebec e Edmonton.
- A Rússia e a Eurásia continuam em sétimo lugar apesar da ligeira piora da sua pontuação geral. Ucrânia, República do Quirguistão e Moldávia melhoraram suas pontuações, ao passo que outros nove países registraram piora. A Rússia registrou a segunda maior deterioração depois da Armênia.
- Os maiores desafios para a paz na América Central e no Caribe são a criminalidade e a corrupção. Nos últimos oito anos, a região teve as piores pontuações no índice nos quesitos taxa de homicídios, crimes violentos e percepção da criminalidade.
- A América do Sul continua sua luta contra a desordem. O aumento mais significativo na região foi registrado na Argentina, seguida pelo Brasil e pela Colômbia.
- A desigualdade da paz no Sul da Ásia continuou aumentando ano após ano. Os dois países menos pacíficos, Afeganistão e Paquistão, continuaram apresentando queda, ao passo que os mais pacíficos, Butão e Sri Lanka, continuaram melhorando.
- Na África Subsaariana foram registradas quatro das cinco maiores melhorias no nível da paz, em Gâmbia, Libéria, Burundi e Senegal. A paz na República Democrática do Congo continuou se deteriorando, o que afeta as chances de o país enfrentar crises como a atual epidemia de Ebola.
Para obter mais informações, acesse http://www.visionofhumanity.org.
NOTAS PARA OS EDITORES
O relatório do GPI, vídeo e mapas interativos podem ser acessados em: http://www.visionofhumanity.org
Twitter: https://twitter.com/GlobPeaceIndex (#GlobalPeace18)
Facebook: http://www.facebook.com/globalpeaceindex
Sobre o Global Peace Index (GPI)
Esta é a 12a edição do GPI, a principal unidade de medida do mundo do nível de paz em âmbito mundial, produzido pelo Institute for Economics and Peace (IEP). Utilizando 23 indicadores, o índice avalia os conflitos domésticos e internacionais em andamento, a segurança e a proteção na sociedade, e o nível de militarização em 163 países e territórios.
Sobre o Institute for Economics and Peace
O IEP é um think tank internacional que se dedica a mudar o foco mundial para a paz como uma medida positiva, alcançável e tangível do bem-estar humano e do progresso. O IEP tem escritórios em Sydney, Nova York, Haia e Cidade do México.
Contatos globais para a mídia
Hill+Knowlton Strategies:
Erildas Budraitis
[email protected]
+44-207-413-3750
Amy Naughton-Rumbo
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+44-207-973-4468
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FONTE Institute for Economics and Peace
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