DESTAQUES DA CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DA ASSOCIAÇÃO DE ALZHEIMER DE 2022
SAN DIEGO, 4 de agosto de 2022 /PRNewswire/ -- Novas pesquisas apresentadas na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer® (AAIC®) de 2022 englobaram diversos domínios de pesquisa sobre a doença de Alzheimer e demência, incluindo a biologia básica do envelhecimento e do cérebro, fatores de risco e estratégias de prevenção, além dos cuidados e da boa convivência com a doença.
A AAIC é o principal fórum anual para apresentação e discussão das pesquisas mais recentes sobre a doença de Alzheimer e demência. O evento híbrido da conferência deste ano foi realizado tanto no formato virtual quanto presencial em San Diego e contou com mais de 9.500 participantes e mais de quatro mil apresentações científicas.
"Com um investimento recorde em pesquisas públicas e privadas, é um momento interessante para a pesquisa da doença de Alzheimer e demência", disse Heather M. Snyder, PhD, vice-presidente de relações médicas e científicas da Associação de Alzheimer. "Os pesquisadores estão realizando avanços na compreensão da doença, explorando biomarcadores, descobrindo possíveis maneiras de reduzir os riscos e trabalhando para levar tratamentos promissores e ferramentas de diagnóstico adiante para os testes clínicos. A Associação de Alzheimer está liderando a luta por meio de financiamentos, convênios, publicações, parcerias, defesa e serviços."
Avanços nos tratamentos e resultados de estudos clínicos
A Associação de Alzheimer destacou os resultados de diversos estudos clínicos na AAIC de 2022. Incentivar e apoiar um pipeline diversificado de tratamentos é essencial para que se alcance a visão da associação de um mundo sem Alzheimer e todas as outras demências. Aqui estão dois exemplos:
O estudo EXERT é o estudo de Fase 3 mais longo da história de exercícios em adultos com idade mais avançada com deficiência cognitiva leve (DCL). Os resultados, apresentados pela primeira vez na AAIC de 2022, são especialmente notáveis uma vez que o estudo foi realizado durante a pandemia da COVID-19 — 80% dos participantes cumpriram seu regime de exercícios e concluíram o estudo. Após 12 meses, as pessoas com DCL tanto no grupo com intervenção de exercícios aeróbicos quanto no grupo com alongamento não apresentaram declínio cognitivo. Um grupo de comparação de outros adultos com idade mais avançada com DCL apresentou um declínio cognitivo significativo ao longo de 12 meses. Os resultados do EXERT sugerem que a atividade física regular, ainda que moderada ou de baixo esforço, como alongamento, pode proteger as células cerebrais contra danos.
Na AAIC de 2022, a T3D Therapeutics apresentou resultados preliminares positivos de seu estudo de Fase 2 do T3D-959, que busca superar a resistência à insulina no cérebro e restaurar a saúde metabólica do cérebro. Esses resultados preliminares encorajadores são um sinal positivo, e os resultados finais estão previstos para 2023. À medida que aumentar a compreensão das sustentações biológicas da doença de Alzheimer, a oportunidade de promover novas abordagens, como o T3D-959, também aumentará.
Também na AAIC, a Associação de Alzheimer anunciou o lançamento da Rede de Tratamento e Diagnóstico da Doença de Alzheimer (ALZ-NET), que coletará dados clínicos e de segurança de longo prazo de pacientes que receberem tratamentos para a doença de Alzheimer aprovados pela FDA em ambientes clínicos do mundo real. A ALZ-NET é a primeira rede desenvolvida especificamente para novos tratamentos de Alzheimer aprovados pela FDA, coletando evidências sobre a eficácia e os efeitos colaterais durante um longo período de tempo.
Experiências de racismo associadas a memória deficiente e aumento do declínio cognitivo
Experiências de racismo estrutural, interpessoal e institucional estão associadas a resultados de memória mais baixos e a uma pior cognição na meia-idade e na velhice, principalmente entre pessoas negras.
- Em um estudo com quase mil adultos de meia-idade de residências comunitárias (55% latinos; 23% negros; 19% brancos), a exposição ao racismo interpessoal e institucional foram associada a resultados de memória mais baixos, e essas associações eram mais intensas em pessoas negras. Experiências de racismo estrutural foram associadas à memória episódica mais baixa entre todos os grupos raciais e étnicos incluídos no estudo.
- Em um estudo com 445 asiáticos, negros, latinos, brancos e pessoas multirraciais com 90 anos ou mais, as pessoas que sofreram discriminação ampla ao longo da vida tinham memória de longo prazo pior na velhice, em comparação com aquelas que sofreram pouca ou nenhuma discriminação.
Histórico de distúrbios hipertensos durante a gravidez associados ao aumento do risco de demência
Doenças hipertensivas específicas da gravidez (DHEG) — condições de alta pressão arterial como hipertensão crônica/gestacional e pré-eclâmpsia — estão fortemente ligadas a doenças cardíacas na velhice, mas antes de hoje, poucas pesquisas associaram esses distúrbios à cognição. Experiências de distúrbios de pressão alta durante a gravidez estão associadas ao aumento do risco de demência vascular e ao envelhecimento acelerado do cérebro, de acordo com vários estudos apresentados na AAIC de 2022:
- Mulheres com histórico de DHEG apresentaram maior probabilidade de desenvolver demência vascular — um declínio nas habilidades de raciocínio causado por condições que bloqueiam ou reduzem o fluxo sanguíneo para o cérebro — na velhice, em comparação com mulheres que não sofreram de hipertensão na gestação.
- A experiência de DHEG, especificamente pressão arterial alta durante a gestação, estava associada à patologia de substância branca, um indicador de declínio cognitivo acelerado, 15 anos após a gestação.
- Mulheres com pré-eclâmpsia grave apresentaram níveis significativamente mais altos de beta-amiloide, uma alteração cerebral relacionada à doença de Alzheimer, conforme medições sanguíneas, em comparação com mulheres que não sofreram de hipertensão na gestação.
Perda persistente de olfato devido à COVID-19 está intimamente associada a problemas cognitivos de longa duração, e permanências na UTI podem duplicar o risco de demência em adultos com idade mais avançada
Novas informações sobre fatores que podem prever, aumentar ou proteger contra o impacto da COVID-19 e da pandemia sobre a memória e as habilidades de raciocínio foram divulgadas por vários estudos apresentados na AAIC de 2022. Um grupo de pesquisadores da Argentina descobriu que a perda persistente do sentido do olfato pode ser um indicador melhor de deficiência cognitiva e funcional de longo prazo do que a gravidade da doença inicial da COVID-19. Em uma grande população de nove países latino-americanos, vivenciar uma mudança de vida positiva durante a pandemia, como mais tempo de qualidade com amigos e familiares, reduziu o impacto negativo da pandemia sobre a memória e as habilidades de raciocínio. Por fim, a hospitalização na unidade de terapia intensiva (UTI) foi associada ao risco dobrado de demência em adultos com idade mais avançada, de acordo com o Rush Alzheimer's Disease Center de Chicago. Esses resultados podem ser significativos, considerando-se a alta taxa de hospitalização na UTI durante a pandemia da COVID-19.
Alimentos ultraprocessados podem acelerar o declínio cognitivo
Um estudo apresentado na AAIC 2022 mostrou que as pessoas que comem grandes quantidades de alimentos ultraprocessados têm um declínio cognitivo mais acelerado. Os pesquisadores estudaram 10.775 pessoas durante oito anos e constataram que o alto consumo (mais de 20% da ingestão diária) de alimentos ultraprocessados levou a um declínio 28% mais rápido nas taxas cognitivas globais, incluindo memória, fluência verbal e função executiva. Os alimentos ultraprocessados passam por processos industriais significativos e contêm grandes quantidades de gorduras, açúcar, sal, aromatizantes/corantes artificiais, estabilizadores e/ou conservantes. Exemplos deles são refrigerantes, cereais de café da manhã, pão branco, batatas chips e alimentos congelados não saudáveis.
Condição socioeconômica inferior e baixos salários persistentes estão associados ao risco de demência e à perda acelerada da memória
A condição socioeconômica (CSE) — refletindo medidas sociais e econômicas da experiência de trabalho de uma pessoa e do acesso econômico de uma pessoa ou da família a recursos e posição social — foi associada à saúde física e psicológica e ao bem-estar. Privações socioeconômicas, como desvantagens em relação aos vizinhos e salários baixos persistentes, estão associadas com um maior risco de demência, menor desempenho cognitivo e perda mais acelerada da memória, de acordo com vários estudos:
- Pessoas que apresentam alta privação socioeconômica — medida de acordo com renda/riqueza, taxas de desemprego, propriedade de veículo/imóvel e superlotação doméstica — são significativamente mais propensas a desenvolver demência, em comparação com pessoas com uma melhor condição socioeconômica, ainda que com risco genético elevado.
- Recursos de baixa qualidade no entorno e dificuldade em pagar por necessidades básicas foram associados a pontuações mais baixas em testes cognitivos entre pessoas negras e latinas.
- Em comparação com os trabalhadores que recebiam salários mais altos, aqueles que recebiam salários baixos por períodos prolongados registraram um declínio significativamente mais rápido na memória na velhice.
- A condição socioeconômica (CSE) parental mais elevada foi associada ao aumento da resiliência aos efeitos negativos do marcador de Alzheimer ptau-181, à melhor função executiva da linha de base e ao declínio cognitivo mais lento na velhice.
Sobre a Conferência Internacional da Associação de Alzheimer® (AAIC®)
A Conferência Internacional da Associação de Alzheimer (AAIC) é o maior encontro mundial de pesquisadores de todo o mundo com foco na doença de Alzheimer e outras demências. Como parte do programa de pesquisa da Associação de Alzheimer, a AAIC atua como catalisadora para gerar novos conhecimentos sobre a demência e promover uma comunidade de pesquisa vital e coletiva.
Site da AAIC de 2022: www.alz.org/aaic/
Sala de imprensa da AAIC de 2022: www.alz.org/aaic/pressroom.asp
Hashtag da AAIC 2022: #AAIC22
Sobre a Associação de Alzheimer®
A Associação de Alzheimer é uma organização mundial de saúde voluntária dedicada ao cuidado, apoio e pesquisa da doença de Alzheimer. Nossa missão é assumir a liderança para exterminar a doença de Alzheimer e todas as outras demências, acelerando a pesquisa global, impulsionando a redução de riscos e a detecção precoce e maximizando a qualidade do tratamento e do apoio. Nossa visão é um mundo sem Alzheimer e todas as outras demências®. Acesse alz.org ou ligue para 800.272.3900.
Logotipo - https://mma.prnewswire.com/media/1869584/AAIC22_purple_font_rgb_Logo.jpg
FONTE Alzheimer’s Association
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