A escassez mundial de profissionais da saúde ameaça a cobertura de saúde efetiva
SEATTLE, 24 de maio de 2022 /PRNewswire/ -- São necessários mais de 43 milhões de profissionais da saúde adicionais para alcançar a cobertura de saúde em todo o mundo, segundo um novo estudo revisado por pares do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (Institute for Health Metrics and Evaluation, IHME) da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington que foi publicado segunda-feira no The Lancet. As maiores lacunas foram observadas na África Subsaariana, no Sul da Ásia, no Norte da África e no Oriente Médio.
"Estas são as estimativas mais abrangentes até o momento da força de trabalho mundial de assistência médica", disse o Dr. Rafael Lozano, diretor de sistemas de saúde do IHME e autor sênior do artigo. "Os profissionais da saúde são essenciais para o funcionamento dos sistemas de saúde, e é muito importante ter esses dados disponíveis para que os países possam tomar decisões informadas e planejar o futuro."
Os pesquisadores observaram a escassez em quatro categorias: médicos, enfermeiros e parteiras, dentistas e farmacêuticos. Em 2019, eles estimaram que mais de 130 países apresentavam escassez de médicos e mais de 150 apresentavam escassez de enfermeiros e parteiras. Ao comparar os níveis atuais de profissionais da saúde com os níveis mínimos necessários para alcançar a pontuação 80 no índice de cobertura de serviços efetivos da cobertura universal de saúde (UHC), os pesquisadores estimaram uma escassez de mais de 43 milhões de profissionais da saúde, incluindo 30,6 milhões de enfermeiros e parteiras e 6,4 milhões de médicos.
"Descobrimos que a densidade de profissionais da saúde está fortemente relacionada com o nível de desenvolvimento social e econômico de uma nação", disse a autora principal, Dra. Annie Haakenstad, professora assistente de Ciências da Métrica de Saúde no IHME. "Existem diferentes estratégias e abordagens de políticas que podem ajudar a abordar a escassez de profissionais, e essas estratégias devem adaptar-se à situação individual em cada país. Esperamos que essas estimativas possam ser utilizadas para ajudar a priorizar as intervenções políticas e informar o planejamento futuro."
O estudo revelou uma diferença de mais de 10 vezes na densidade dos profissionais da saúde entre e dentro das regiões em 2019. As densidades oscilaram entre 2,9 médicos por cada 10 mil pessoas na África Subsaariana e 38,3 por cada 10 mil na Europa Central, Europa Oriental e Ásia Central. Cuba também se destacou, com uma densidade de médicos de 84,4 por 10 mil em comparação com 2,1 no Haiti.
Foram observadas disparidades similares ao medir o número de profissionais de enfermagem e parteiras, com uma densidade de 152,3 por 10 mil na Australásia em comparação com 37,4 por 10 mil no Sul da América Latina. Apesar dos aumentos constantes na força de trabalho de atendimento de saúde entre 1990 e 2019, as lacunas substanciais persistiram.
Os pesquisadores citaram a literatura existente que destaca os fatores que contribuem para a escassez de profissionais, incluindo a emigração de profissionais da saúde, a guerra e os conflitos políticos, a violência contra os profissionais da saúde e os incentivos insuficientes para a capacitação e a retenção. Eles observaram que os países de renda elevada devem seguir as diretrizes da OMS sobre s contratação responsável de profissionais de saúde para evitar a contribuição para as lacunas da força de trabalho nas regiões de renda mais baixa.
Esses resultados mostram como o mundo estava mal preparado quando a pandemia da COVID-19 se estendeu por todo o mundo, colocando à prova os sistemas de saúde que já careciam de profissionais de linha de primeira linha cruciais. Dispor dessas estimativas hoje ajudará os formuladores de políticas, hospitais e clínicas médicas a se prepararem para futuras pandemias, ao concentrar sua atenção na capacitação e no recrutamento. Os autores também destacaram que ainda há muito o que aprender sobre o impacto da pandemia na força de trabalho da saúde. Isso inclui a dinâmica de gênero nos recursos humanos para a saúde (RHS) e como a saída das mulheres do emprego formal para realizar tarefas de atendimento domiciliar pode ter esgotado a força de trabalho da saúde, entre outras pressões externas para os RHS durante a pandemia.
O conjunto completo de dados do estudo está disponível em Global Health Data Exchange.
Um comunicado de imprensa em vídeo está embargado até 23 de maio, às 18h30min. EDT/23:30 hora do Reino Unido estará disponível para download e visualização. Uma transcrição do comunicado de imprensa em vídeo também está disponível para download.
O Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME) é uma organização independente de pesquisa da saúde da população com sede na Faculdade de Medicina da Universidade de Washington; trabalha com colaboradores e todo o mundo para desenvolver evidências oportunas, relevantes e cientificamente válidas que lancem luz sobre o estado de saúde em todos os lugares. Ao tornar nossa pesquisa disponível e acessível, nosso objetivo é informar a política e a prática de saúde na busca de nossa visão: que todas as pessoas vivam uma vida longa com saúde plena.
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FONTE Institute for Health Metrics and Evaluation
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