E-Cigarette Summit, em Londres, debate os perigos da ilegalidade dos cigarros eletrônicos
Especialistas reforçam a importância das evidências científicas na definição de regras para controle do consumo dos produtos
SÃO PAULO, 5 de dezembro de 2024 /PRNewswire/ -- 0 12º E-Cigarette Summit reuniu pesquisadores e cientistas no Royal College of Physicians, em Londres, nesta quinta-feira (05/12), para debater ciência, regulamentação e saúde pública. Com mais de 300 participantes de diferentes países, entre cientistas, médicos, reguladores, acadêmicos, o evento contou com a mediação de Ann McNeill, do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociências do King's College London.
A discussão refletiu aspectos das experiências da União Europeia, Canadá, EUA, Austrália e Nova Zelândia que, embora compartilhem desafios semelhantes, têm políticas públicas e regulatórias diferenciadas e apresentam resultados que poderiam ser espelhados para países que ainda não regulamentaram os cigarros eletrônicos.
Durante o debate, a posição do Brasil pela proibição dos vapes foi fortemente questionada. Sharon Cox, pesquisadora da Universidade College London, foi enfática sobre a importância dos produtos como ferramenta de redução de danos no consumo de nicotina e defende a regulamentação para a criação de regras que garantam maior segurança para os consumidores e a restrição do acesso por menores de 18 anos. "A proibição nunca é uma boa escolha. Não faz sentido proibir uma opção legal e comprovadamente mais segura diante de um mercado ilícito com produtos amplamente disponíveis no país. Quando você proíbe um produto legal você empurra as pessoas para o mercado ilícito".
O E-Cigarette Summit acontece em um momento em que o Reino Unido revisa a lei sobre tabaco e vapes no país, com o objetivo de fortalecer a sua regulamentação. Hazel Cheeseman, diretora executiva da ONG Action on Smoking and Health (ASH), destacou que nos últimos 5 anos, 50% das pessoas que pararam de fumar no UK utilizaram cigarros eletrônicos. Richard Boden, diretor do Departamento de Saúde e Cuidado Social do Reino Unido, apresentou as propostas em debate, com destaque para a restrição do acesso de menores de idade e reforço às medidas de combate ao mercado ilegal, problemas observados comumente na realidade brasileira.
No Brasil, desde 2009, a Anvisa mantém a proibição dos cigarros eletrônicos. Apesar disso, o avanço do mercado ilegal é notório no país. Segundo o Ipec, mais de 3 milhões de adultos consomem regularmente os produtos e mais de 6 milhões já experimentaram os cigarros eletrônicos provenientes do mercado ilegal, sem controle sanitário ou parâmetros de composição e segurança.
Foto - https://mma.prnewswire.com/media/2574758/E_Cigarette_Summit.jpg
FONTE E-Cigarette Summit
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