Back Home da FIFCO: através da IA, a Costa Rica devolve mais de 36.000 conchas ao seu habitat para restaurar o ecossistema
- Anualmente, os aeroportos da Costa Rica confiscam uma média de seis toneladas de conchas marinhas levadas pelos turistas, causando danos significativos às suas costas.
- Esta ferramenta de IA, que o país fornece à comunidade científica, pode ser treinada para classificar adequadamente as espécies em todo o mundo e, assim, devolvê-las aos seus ecossistemas de origem.
BOGOTÁ, Colômbia, 22 de janeiro de 2025 /PRNewswire/ -- A prática aparentemente inofensiva de coletar conchas do mar como lembrança está desencadeando uma crise ambiental alarmante. Pesquisas da Universidade da Flórida e de Barcelona descobriram que essa extração degrada os ecossistemas costeiros, põe em risco a biodiversidade, altera a estabilidade dos sedimentos e enfraquece a capacidade das costas de resistir aos efeitos das mudanças climáticas.
Na Costa Rica, um número significativo de conchas é apreendido nos aeroportos para evitar que sejam levadas para o exterior. Durante décadas, essas conchas foram enterradas porque sua origem – seja do Pacífico ou do Caribe – era desconhecida, tornando impossível devolvê-las com segurança ao oceano. Sem a classificação adequada, o retorno das conchas pode representar riscos, como a introdução de organismos não nativos, parasitas ou micróbios que podem prejudicar a biodiversidade local.
Para resolver esse problema, o projeto "Back Home", liderado pela FIFCO em colaboração com a Imperial, o Ministério do Meio Ambiente e Energia, a AERIS e a Universidade da Costa Rica, desenvolveu uma solução que pode ser replicada globalmente. Este projeto visa reintegrar as conchas em seus habitats oceânicos apropriados, criando uma ferramenta para identificar sua origem e estabelecendo um protocolo para seu retorno seguro. Além disso, para retardar a extração, foi lançada uma plataforma de conscientização pública, com um conteúdo documental e educacional.
A ferramenta de IA desenvolvida pela FIFCO pode classificar conchas por ecossistema usando uma fotografia, alcançando taxas de precisão de até 90% em meros segundos. O modelo foi treinado com mais de 18.500 imagens de 525 espécies diferentes, o que permite diferenciar efetivamente as conchas do Caribe e do Pacífico, garantindo a reintegração adequada em seus respectivos ambientes.
Em 2024, mais de 36.000 conchas marinhas foram devolvidas aos seus habitats naturais, restaurando sua função dentro dos ecossistemas marinhos. Esta conquista esvaziou os contêineres de armazenamento em um aeroporto e marcou uma mudança na forma como a Costa Rica aborda esse problema.
A empresa disponibilizou o código-fonte aberto do modelo para a comunidade científica, permitindo que outros países treinem seus próprios sistemas de classificação.
Para mais informações: https://imperial.cr/devueltaacasa/
Foto - https://mma.prnewswire.com/media/2602813/Back_Home_ID_b55503dd13bb.jpg
FONTE FIFCO
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